terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Portela recebe coirmãs em noite de gala dos passistas



A madrugada de sexta para sábado teve o chão de Madureira riscado com a classe e a elegância digna dos representantes da dança no samba. No evento em que a Majestade do Samba recebeu em sua quadra as visitas das coirmãs Mangueira, Unidos da Tijuca e Mocidade Independente de Padre Miguel, os destaques foram os passistas das quatro escolas, apresentando-se impecavelmente nos shows de cada agremiação.
A noite já prometia quando Valci Pelé, coordenador de passistas da Portela, promoveu um evento para confraternizar-se com os integrantes do grupo de malandros que ele dirigirá na avenida no desfile de 2013. O grupo, convocado em uma seleção, é formado por pessoas da escola e outros interessados em compor a ala, que, segundo Valci, fará uma evocação à malandragem com passos coreografados e uma caracterização específica. "O grupo está muito afiado e promete mostrar um trabalho muito interessante, acho que vai ser uma grande surpresa na avenida" - pontua o premiadíssimo Valci, explicando que a ala fará uma representação do personagem Zé Pelintra, considerado o padroeiro do Mercadão de Madureira.

E quando a Portela abriu os trabalhos para começar o show da noite, vieram os passistas da azul e branco, comandados pela também coordenadora da ala, Nilce Fran, dando um show à parte. Da elegância dos sambistas de chapéu panamá e traje azul e branco à cadência das cabrochas e mulatas, com figurinos diversos, em trajes africanos e adornadas com plumas como destaques de chão. As baianas da escola, sob a voz potente de Gilsinho e a bateria do mestre Nilo Sérgio, foram destaques. A escola anfitriã apresentou seus três casais principais conduzindo o pavilhão da escola.

Veio a Mangueira e a quadra da Rua Clara Nunes vestiu o verde-e-rosa mais aclamado do planeta samba. A Surdo Um pisou firme com sua cadência marcante e sacodiu os presentes, enquanto sua ala de passistas também se apresentava em grande estilo. Nilce Fran foi convidada para uma "roda de desafio" e sambou no meio dos malandros mangueirenses. Todos foram muito aplaudidos.

A terceira escola a se apresentar foi a atual campeã Unidos da Tijuca. A bateria Pura Cadência encheu a quadra sob a regência do mestre Casagrande, e a escola do Borel também deixou a marca registrada de seus passistas em uma apresentação contagiante, esbanjando elegância.

Para encerrar a noite, a Mocidade Independente trouxe seus sambas de grande apelo dos anos 80 e 90, levantando os presentes e fazendo uma grande festa no território portelense. De "Ziriguidum 2001" ao "Vira, Virou...a Mocidade chegou", a escola reviveu seus grande campeonatos  e fez um arrastão até a parte descoberta da quadra. Andrezinho da Mocidade, filho do lendário mestre André, era um dos mais animados à frente da bateria.
A nota especial ficou por conta de um desafio de passistas, numa roda animada formada atrás do box da bateria, na parte descoberta da quadra. Ali, capitaneados pelo premiadíssimo Fábio Fuly, integrantes de todas as escolas deram seu show à parte, atraindo as atenções dos presentes com seus desafios e sua autenticidade nos passos da dança do samba.
A Portela encerrou mais uma grande noite de samba com suas convidadas. E mostrou que, se o mundo acabasse no dia 21, muito provavelmente acabaria em samba. E samba da melhor qualidade!

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