segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ainda no 'chicote do pano de seda', Imperatriz ensaia aos domingos em Ramo





As noites de domingo, na Rua Professor Lace, em Ramos, mais precisamente na quadra da Imperatriz Leopoldinense, já começam a esquentar às 20h, com a Swing da Leopoldina, sob o comando de Noca, mestre de bateria da escola, pelo segundo ano consecutivo. Os ritmistas da Verde e Branco fazem um longo show, aonde algumas possíveis bossas para o Carnaval 2013, já começam a ser testadas, antes da comunidade se formar em alas e começar o ensaio de seus componentes.



- A gente ainda tem tempo para ver o que vai funcionar ou não. Mas estamos aos poucos já vendo algumas coisas que vão se aprimorando para o que vai ser no dia do desfile. E esses ensaios junto com a comunidade são bons para vermos a reação deles junto com o que estamos fazendo - disse Noca a Imprensa.


Cerca de 400 componentes, tomam a quadra da Imperatriz, durante esses primeiros ensaios em Ramos, porém, esse número será maior até o início do próximo ano, já que ainda existem vagas para as alas da comunidade, que juntas, incluindo a bateria, serão compostas por 2500 pessoas.



- A gente não cobra muito nesse início porque é natural que as pessoas nessa época do ano estejam mais preocupadas com outras coisas pessoais, como o fim de ano. Mas é claro que quando vira o ano, o Rio de Janeiro respira carnaval. A cidade começa a pulsar ao som das baterias, nas quadras das escolas de samba e aí essa cobrança é mais radical. Então podemos dizer que nesse início, o chicote, ainda é um chicote de pano de seda - declara Wagner Araújo, diretor de carnaval da Imperatriz.

Uma frequência dos últimos carnavais, também pôde ser vista durante o ensaio, que são as alas coreografadas. A escola trará em 2013, quatro alas com coreografias, porém apenas duas, evoluindo durante todo o tempo. O restante, apenas em momentos pontuais do samba.

- Eu acho que o excesso de alas com coreografia em uma escola de samba, pode provocar uma mudança na composição da escola, então, como escola de samba. As nossas alas coreografadas, tem coreografias muito fortes, que são perfeitamente explicadas, vindo a frente das alegorias que elas caracterizam e dentro do samba-enredo - diz Wagner.

Por conta da nova ordem da Liesa, das agremiações do Grupo Especial, ensaiarem apenas uma única vez na Marquês de Sapucaí, o trabalho de harmonia e evolução, com seus componentes nos ensaios de quadra e de rua, segundo Guilherme Nóbrega, diretor de harmonia da escola, vai ter que ser bem maior do que nos últimos anos, já que apenas um teste, no palco principal do desfile, não é suficiente para aparar os erros.


- A gente tem q se adaptar a necessidade da Liga. São importantes dois ensaios, mas a gente vai se dedicar a esse único ensaio como se fossem dois. O chão da escola sempre participa e vai dar certo. Ainda tem muita coisa pra acertar ate lá. Hoje, para você brigar pelo título do carnaval, tem que haver uma união da escola, em todos os sentidos. A gente aos poucos vai consertando as falhas que estamos vendo nos ensaios.

Em 2013, a Imperatriz vai cantar o Pará na Avenida, com o enredo "Pará - O Muiraquitã do Brasil - Sob a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia", desenvolvido pelos carnavalescos Mário e Kaká Monteiro, ao lado do estreante na agremiação, Cahê Rodrigues, que nos últimos carnavais foi o responsável pelos desfiles da Grande Rio. Outra novidade na escola de Ramos é a chegada de Wander Pires, que dividirá o cargo de cantor oficial na escola, com o veterano Dominguinhos do Estácio.

- Por enquanto a gente ainda não achou o ideal, mas a gente vai ensaiando, porque ainda temos alguns ensaios que vão nos dar a oportunidade de dividir de uma forma que a escola não sinta a necessidade de que um só cante. Se tiver um sincronismo entre os dois cantores e o carro de som, a escola só tem a ganhar com isso - disse Dominguinhos.

Pelo terceiro ano consecutivo defendendo o pavilhão da Verde e Branco de Ramos, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, primeiro casala de mestre-sala e porta-bandeira da escola, ressaltam a importância do contato com a comunidade para a evolução de sua dança, até chegar ao resultado final na Sapucaí.

- Esses ensaios aqui servem para ficarmos mais entrosados com a escola. Saber o que a bateria vai fazer. E já ver praticamente como vai ser o nosso entrosamento na Avenida, porque sentimos o samba, mais ou menos da forma que vai ser no desfile oficial - conta Phelipe Lemos.

Apesar de ainda não ter o contingente ideal de componentes durante seus ensaios, o samba da Imperatriz para o próximo carnaval, composto por Me Leva, Gil Branco, Tião Pinheiro, Drummond e Maninho do Ponto, caiu na boca do povo de Ramos e vem sendo bem cantado pela comunidade, apesar de estar sendo apresentado com um andamento um pouco lento, o que eventualmente quase o deixa ficar arrastado, salvo pela bela melodia e letra, que em diversos momentos faz os leopoldinenses cantarem forte e cheios de orgulho.
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