O pontapé inicial dos ensaios técnicos para o Carnaval 2013 foi dado no domingo com a Acadêmicos da Rocinha, que desfila na Série A, antigo Grupo de Acesso, comandado pela Lierj. Ao contrário dos anos anteriores, a primeira boa notícia é que o horário de início, às 20h, foi cumprido rigorosamente. A segunda é a organização feita pela Lierj e o funcionamento correto de tudo que era necessário no Sambódromo. Bom sinal para a Liga, que é a grande aposta e, talvez, a última aposta para alcançar a credibilidade no Acesso. Após tentativas com a Lesga, a Lierj vem com o aval da Liesa para chegar e espera-se não sair mais.
- É impressionante a força dessa escola. Agora, nós temos que trabalhar samba e o canto, os quesitos básicos, para fazermos um bom desfile. Trouxemos todo mundo e mostramos o que a Rocinha vai apresentar no dia 8 de fevereiro - disse o diretor de carnaval, Jorge Mariano, revelando que 1500 a 1700 componentes participaram do ensaio.
A missão de abrir a temporada foi da Rocinha e a escola do bairro de São Conrado surpreendeu positivamente nos seus 57 minutos de ensaio. O samba animado e a bateria comandaram o treino na Marquês de Sapucaí. De volta ao posto de intéprete principal, Leléu segurou muito bem a obra e conseguiu mexer com os componentes, o que é difícil nesse período de dezembro, quando o CD oficial ainda não foi lançado.
Comandada pelo experiente e sempre criativo, Sérgio Lobato, a comissão de frente da Rocinha fez uma perfomance especial para o ensaio técnico. Mais um ponto positivo para escola, que prestigiou o público e não passou apenas batendo palmas. - O ensaio técnico ainda não esquentou, mas foi muito legal para conhecermos novas pessoas na escola e o meu grupo, que é novo. Trabalhamos com um grupo diferente para 2013 e achei melhor separar o grupo da Rocinha e da União da Ilha. O contato aqui no Sambódromo estimula ainda mais os integrantes - afirmou Sérgio Lobato.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Ana Carolina, passou por momentos delicados na apresentação em frente ao primeiro módulo de jurados, quando a bandeira enrolou, o que não é permitido no regulamento. Em entrevista a Imprensa, a dupla disse que considera a realização do ensaio técnico importante para corrigir as falhas que possam existir além de sentir o tempo e o clima da escola. O casal já ensaia quatro vezes por semana, incluindo treinos na Marquês de Sapucaí.
- Foi um ensaio produtivo. A nossa coreografia se encaixou bastante - contou Diogo. Já a porta-bandeira falou que teve um problema e o talabarte (que sustenta a bandeira) deu problema. - Fiz um talabarte e ele arrebentou no início. Coloquei esse e ele ficou largado. Com isso, o talabarte rodava e a bandeira ia para onde não tinha que ir. Dei um jeito, não foi como eu queria, mas foi bom até como teste, porque não sabemos o que pode acontecer no dia. Agora, nós vamos para o desfile - explicou Ana Carolina.
Os componentes da Rocinha ensaiaram com organização, mas sem perder o lado espontâneo do carnaval, que é a brincadeira e alegria. Apesar disso, ainda foi possível encontrar "figuras tradicionais" que vão para os ensaios, não cantam, não sambam e parecem verdadeiros ETs na Avenida. Nada incomum e que acontece em muitos ou quase todos ensaios técnicos, sem distinção de bandeira.
É possível ver no ensaio técnico da Rocinha que a organização está virando rotina positiva dentro da escola. O tempo dos buracos e espaços enormes nas laterais da pista já passou. Agora é "soltar o x-bacon" e esperar o dia do desfile oficial. Com o enredo "Mistura de Sabores e Raças: Uma Feijoada à Brasileira", a Acadêmicos da Rocinha será a 8ª escola a desfilar na sexta-feira de carnaval, no Sambódromo.
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