O segundo ensaio da Imperatriz Leopoldinense na Marquês de Sapucaí
deixou três constatações claras. A primeira e mais positiva, é o preparo
da escola para enfrentar adversidades no som da Avenida. O sistema
parou completamente em duas ocasiões e os componentes não deixaram o
samba cair em nenhum momento sequer. A segunda, é a fragilidade do
sistema de som. É bem verdade que neste sábado ocorreu um teste, mas
toda a aparelhagem que estará disponível no desfile oficial já foi
usada. A terceira, é que faltou atenção à escola na hora da apresentação
do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Neste momento, um
grande buraco se formou no primeiro módulo de julgadores. No computo
geral foi um bom ensaio da Rainha de Ramos, que levou um grande
contingente para o Sambódromo.
Antes
do início do ensaio e do show dado pela Imperatriz no seu esquenta, com
diversos sambas antológicos da escola, o diretor de carnaval Wagner
Araújo pediu aos componentes convidados, que trajavam camisa da
diretoria, para que eles não se aglomerassem na frente da escola e na
frente da bateria. O pedido foi ouvido e o que se viu foi uma escola
bastante organizada no início do treino. Vale o registro também da massa
de torcedores da escola na arquibancada do setor 5.
- A escola superou bem o problema no som. Quando o som parou de
funcionar, acabamos tento um teste a mais para harmonia e os componentes
se saíram muito bem, pois conseguiram cantar forte o samba e não
deixaram o ritmo da nossa apresentação cair. Acho que melhoramos
bastante em relação ao primeiro ensaio. O que trouxemos de bom no
primeiro, conseguimos manter, que foi a cantoria e a animação dos
componentes, e houve um reparo dos problemas encontrados anteriormente.
Sem a fantasia, de vez em quando, uma ala entra na outra, principalmente
quando a camisa das duas é da mesma cor, mas a diretoria de harmonia
esteve atenta e conseguiu ajudar essas pequenas confusões - explicou
Wagner Araujo, diretor de carnaval da Imperatriz.
Evolução
Tudo corria na mais perfeição técnica até que um vacilo em frente ao
primeiro módulo de julgadores atrapalhou um pouco o brilho do ensaio.
Enquanto o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola,
Philipe e Rafaela, se apresentava, ala da frente avançou demais e um
grande clarão na pista se formou. De resto, a Imperatriz mostrou a já
conhecida organização nas alas e um ritmo de desfile praticamente
perfeito. Terminou o seu ensaio em 74 minutos.
Harmonia
Mesmo com algumas alas sem cantar o samba em sua totalidade, a
Imperatriz mostrou um rendimento bem satisfatório em seu canto. A prova
cabal veio quando o som parou completamente por duas vezes. As duas
panes totalizaram cerca de 15 minutos com os componentes segurando o
samba no gogó, sem nenhum prejuízo à harmonia, já que não houve
atravessamento do samba. O carro de som mostrou-se coeso e a
interpretação do samba foi perfeita. Tanto de Dominguinhos e seus
auxiliares, quanto dos instrumentos de corda. As alas que mais cantaram
foram as seguintes: Caprichosos e comunidade 36. Já as alas Surgiu no
Ato, Jorge Amado Jorge, Da América, Gaviões e Comunidade 5 ficaram
devendo, não acompanharam a empolgação do restante da escola.
Bateria
Mesmo com pouco tempo no comando dos ritmistas da Imperatriz, mestre
Noca conseguiu manter um bom nível na ala. A afinação está corretíssima,
os surdos de terceira têm desenho rítmico interessante e as bossas
foram bem executadas. O retorno das bossas também foi executado de
maneira perfeita. Um instrumento que precisa ser melhor trabalhado é a
caixa de guerra. Foi possível perceber muitos ritmistas tocando diversas
batidas diferentes. Isso prejudica a identidade rítmica da bateria e
pode embolar, principalmente durante os deslocamentos, O problema,
porém, felizmente não foi suficiente para tirar o brilho da apresentação
da Swing da Leopoldina.
- Todo o contingente de ritmistas presentes hoje estará no desfile
oficial da Imperatriz Leopoldinense. Achei o ensaio bom, nota mil. Os
problemas do som não atrapalharam em nada no nosso trabalho, pois os
ritmistas estão bem ensaiados e cantando o samba-enredo. Executamos hoje
três paradinhas que irão para a Avenida. Uma no início, outra no meio e
uma no refrão de baixo do samba. A bossa do meio é uma conversa entre
os surdos de 1ª, 2ª e 3ª. Nossa fantasia será entregue nesta semana e
representaremos o Ilê Aiyê. Estou confiante no meu trabalho, não
encontrei dificuldades ao assumir o comando da bateria da Imperatriz,
sou cria da casa e o e o público pode esperar da gente uma excelente
bateria - afirmou mestre Noca.
Comissão de Frente
Depois
do belo trabalho mostrado em 2011, o coreógrafo Alex Neoral comanda a
comissão de frente da Imperatriz mais uma vez. No ensaio deste sábado, o
grupo parece ter mostrado partes da coreografia oficial, já que em
determinados momentos do samba eles apenas batiam palmas e marcavam o
espaço. Na movimentação mostrada, foi possível perceber muitos
movimentos acrobáticos e uma performance que exigiu muito preparo físico
dos bailarinos. O público delirou a cada movimento mais ousado dos
componentes.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O jovem e talentoso casal Phelipe e Rafaela mostrou mais uma vez a
principal característica da dança deles: muita energia e vitalidade nos
movimentos. Pena a exibição em frente ao primeiro módulo ter sido
atrapalhada pelo buraco formado logo à frente. Foi possível perceber uma
leve desconcentração dos dois nesse momento. No segundo módulo, o casal
pôde dançar sem problemas e rendeu ainda melhor.
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