Voltando ao compasso, vi alguns nomes crescerem como o do mestre Diogo, da Porto da Pedra, bateria que está muito gostosa de se ouvir, o show aquático do Ciça e a competência da "furiosa de elite" sob o comando do Markão. Mas duas baterias emocionaram, levantaram a arquibancada e me deram saudade do meu tamborim meio aposentado: a Imperatriz do Marcone e a Mangueira do Aílton.
Já gostava do samba da verde e branco. Gostei da gravação no cd e, ao vivo, ficou melhor ainda. Além do ritmo sensacional, a bossa do Marcone foi a melhor entre as paradinhas das 12 escolas que desfilaram no Grupo Especial. A que começava no final do refrão principal e se estendia pela cabeça do samba era um primor. Dava pra ignorar até o fato da pequena embolada que os surdos deram no final da paradinha quando saía do último boxe. Essa bossa é tão genial quanto difícil na execução e funcionou muito bem com o samba. Marcone já vem mostrando trabalho, competência e, principalmente, coragem de ousar.
O Aílton já é um velho conhecido. Meu primeiro samba na Mangueira foi gravado por ele num pequeno estúdio em Vila Isabel e, é óbvio, a percussão ficou muito melhor do que a música. Nesse mesmo período, a verde e rosa sofria, desde a morte de Alcyr Explosão, um gênio, com os altos e baixos em sua bateria . A Surdo 1 ficou meio perdida, sem cara, sem ritmo. Nos últimos anos vem mudando, vem acontecendo, impondo a volta do ritmo que me emocionava com o Explosão e, agora, em 2011, alcançou o melhor efeito dos últimos anos. Uma bateria forte, com muito ritmo, sem perder andamento e com muito suingue. E as paradinhas, que têm na confiança dos ritmistas a sua ousadia, com um tempo perfeito entre o silêncio dos instrumentos e a volta. Valeu a noite de chuva, meus ouvidos agradecem.
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