segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

São Clemente promete trazer o Jardim Botânico para Sapucaí e símbolo no abre-alas


A São Clemente contará na Avenida a história do Rio de Janeiro a partir de seus símbolos, ou seja suas paisagens, sejam elas naturais ou criadas pelo homem. Assinando seu primeiro carnaval no seleto grupo de elite da folia carioca, Fábio Ricardo trabalha agora para concluir as sete alegorias e mais dois tripés de sete metros que devem estar prontos até o 6 de março, quando a escola de Botafogo abre os desfiles do Especial. O terceiro carro é o mais adiantado. Nele, o carnavalesco recriou o Real Horto, atual Jardim Botânico. Inspirada no famoso chafariz do lugar, a alegoria ganhou coloração dourada e já está em fase de decoração final.
Foto: Ramiro Costa

- Perguntaram se eu usaria uma coloração bronze. Eu disse não. Será todo dourado. Vamos colocar ainda um material para simular as plantas do lugar. Mas nada de planta verdadeira. Seria muita falta de criatividade - brinca Fabio Ricardo, quando questionado se usaria também folhas de verdade assim como fez Paulo Barros no carro dos "Jardim Suspensos" no carnaval 2010.

Sobre o abre-alas, o jovem carnavalesco que já trabalhou com Joãosinho Trinta e Max Lopes faz mistério. Não gosta de falar sobre o carro que deverá receber um visual moderno com tons prata. O carro está no primeiro setor chamado de "Deus fez a maravilha". Sabe-se apenas que o abre-alas levará o símbolo da São Clemente, o Morro do Pão de Açúcar. 

Bateria: "General da Guanabara"

A segunda alegoria nos leva para o setor "Rio, um porto desejado". Fabio Ricardo mostra o momento de fundação da cidade após a briga entre franceses e portugueses até a expulsão da tropa de Villegagnon. A alegoria talvez seja o símbolo maior dos trabalhos do carnavalesco. Um bom uso de cores e um visual "limpo" sem muitas esculturas que, por vezes, poluem os carros. O Rio de Janeiro estará retratado através da figura de São Sebastião. O uso da imagem do santo padroeiro da cidade não estará na alegoria, mas o carnavalesco mostrou a importância de São Sebastião para o Rio.

- A vitória dos portugueses foi num dia de São Sebastião e o rei era devoto do Santo. No carro, vamos mostrar o brasão da cidade - conta ele sobre a alegoria que lembra uma grande fortaleza.

A bateria estará entre o terceiro e o quarto setor. Os ritmistas estarão fantasiados de "General da Guanabara". Protetores do mar, um elemento demasiadamente presente numa cidade litorânea como o Rio. A construção do Aterro do Flamengo e a derrubada dos morros de Santo Antônio e do Castelo ilustram o quarto setor, "Modernismo Carioca". O quarto carro mostra as transformações da cidade como a demolição do Palácio Monroe, considerado um dos edifícios mais bonitos do Rio, mas que não foi poupado para as obras do metrô na década de 1970.

A quinta alegoria retrata o Rio das praias, da música e da bossa nova. O carro também segue uma linha bastante colorida e já ganha formas no barracão da escola na Cidade do Samba. A forma dele lembrará um gramofone, aparelho antigo usado para reproduzir discos.

Os dois últimos setores do desfile mostram o Rio atual. Como o SRZD-Carnavalesco adiantou, o sexto setor conta sobre as enchentes e os problemas da cidade, como o trânsito caótico. Fabio Ricardo está reproduzindo uma espécie de "Arca de Noé" onde dentro estará uma favela.

- O destaque [do carro] se chamará "Tenente Noé". Aqui é a parte crítica do enredo. Nós somos uma cidade dentro de uma floresta com uma grande paisagem urbana que sofre problemas. O urbano acaba interferindo na paisagem.

A exaltação do próprio carioca está no último setor. - Para cada carioca, a gente colocou um sentimento. Existe o carioca alegre, apaixonado, mais energético, apaixonado, esperançoso.

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