Para a grande maioria do público estrangeiro, o carnaval carioca é sinônimo de samba e... mulher pelada. Essa realidade é indiscutível, especialmente porque o requebrado dos quadris de nossas mulatas é um dos maiores cartões de visitas não só do carnaval, como do próprio Rio de Janeiro.
Quando o consultor japonês Keisuke Sakuma desembarcou na cidade, tinha essa idéia na cabeça.
Mas, no meio do caminho existia uma Mangueira. Existia uma Mangueira no meio do caminho...
Como todo estrangeiro, tratou logo de ir conhecer a famosa Verde e Rosa, e em visita ao Palácio do Samba, seus olhos se arregalaram e não foram apenas para admirar as curvas das mulatas. Sakuma pôde ver de perto, que por trás de toda a magia do carnaval Mangueirense, existe uma comunidade que trabalha muito para nos oferecer o espetáculo da avenida.
A partir dessa constatação, passou então a conhecer mais profundamente aquela verdadeira fábrica de sonhos e esperança que atende pelo nome de Estação Primeira de Mangueira, e conheceu o universo do morro, o projeto social Vila Olímpica da Mangueira, e conforme ia se aprofundando, foi tentando entender porque o carnaval existia, sem conformar-se com as explicações de estudiosos e pesquisadores do assunto. Passou então a freqüentar ensaios, conversar (???) com pessoas da comunidade, acompanhar o dia a dia daquela gente, pra entender o que movia esse amor, essa estreita ligação entre o carnaval e a Mangueira , entre a Mangueira e o samba, e até mesmo entre a cultura brasileira e esse ritmo envolvente e essa festa ímpar.
Sakuma desfilou no carnaval de 1998, quando a Mangueira foi campeã homenageando Chico Buarque, e seu trabalho de pesquisa foi tão profundo, que participou até da apuração, ao vivo, na Praça da Apoteose.
Desse episódio, nasceram duas coisas: um amor incondicional daquele japonês à Mangueira, e um livro, “A Magia do Samba”, todo escrito em japonês, onde nosso “japa verde e rosa” demonstra um profundo estudo do carnaval carioca, e declara seu amor por aquela que um dia o recebeu tão bem e coloriu seu coração.
Hoje, ele ostenta o título de “Embaixador da Mangueira” no Japão, onde dá palestras, contando com profundo amor e dedicação, nossa cultura, e claro, sua história de amor com a Estação Primeira do Samba, a Mangueira!
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