sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Conheça a história de Leandro Vieira, um profissional que o Carnaval quase 'perdeu'

Uma volta no barracão da Mangueira e pinta a dúvida: estou mesmo no barracão certo?? Vejo os carros e vou percebendo uma nova identidade, um carnaval limpo, bem acabado, tudo isso obra de um artista que nunca sonhou ser carnavalesco - como ele mesmo diz "estou carnavalesco". A ligação com o carnaval aconteceu sempre de forma inesperada na vida de Leandro Vieira. Quando ainda era um jovem estudante de Belas Artes, Leandro precisava de dinheiro e o caminho natural era um barracão de escola de samba e, pela primeira vez, o carnaval quase perdeu o artista, pois precisava de aprovação na matéria Indumentária Cênica. Ele não conseguiu.
Em 2002, a falta de grana apertou e ele decidiu partir por conta própria e bater na porta da Grande Rio do carnavalesco Joãozinho Trinta. O enredo era "Papagaios Amarelos" e Leandro entrou para a equipe de aderecistas... não gostou, achou desgastante, viu ataques de fúria do carnavalesco com os funcionários e, mais uma vez, chegou à conclusão de que aquilo não era para ele.
Foto: SRZD
A relação de Leandro com o Carnaval mais parecia um Feitiço de Áquila. A festa sempre esteve no seu sangue, uma paixão, mas a parte artística era sempre colocada à prova. E a nova chance apareceu no choro da cuíca. Quatro anos depois como ritmista da Portela, ele mandou alguns desenhos pelo recém-chegado mestre Nilo Sérgio. Os "rabiscos" foram entregues à dupla de carnavalescos Amauri/Cahê.
Eles gostaram e Leandro foi trabalhar novamente em um barracão. A carreira decolou com a mudança de Cahê. Leandro Vieira saiu da equipe da Portela e virou responsável pela supervisão dos carnavais da Imperatriz "Pará" e "Zico". Em dois anos, passou a fazer desenhos para várias escolas do Grupo Especial. Na saída da Imperatriz, veio o convite da Caprichosos. Mais uma vez, ele não esperava este salto, mas trabalhou, tocou um barracão com duas pessoas e colocou um carnaval elogiadíssimo na Avenida. Era chegada a hora de mais um salto, e veio o convite do presidente Chiquinho da Mangueira - assumir o carnaval da maior escola de samba do Planeta. Com muita personalidade, ele matou a responsabilidade no peito, emplacou a ideia do enredo sobre a Bethânia e foi à luta.
Tão meteórico quanto a sua carreira, veio o respeito e a admiração da Nação Mangueirense. Rápida também foi a evolução do seu sonho. Leandro agora quer deixar sua marca, ficar numa escola por muitos anos e realizar o que Rosa e Renato fizeram na Mocidade e na Imperatriz, incorporar seu estilo à cara da escola. Pelo carnaval que se vê no barracão verde e rosa da Cidade do Samba, ele está no caminho certo.

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