segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Renascer evolui com alegria, mas fica devendo bastante no aspecto plástico





Em sua estreia no Grupo Especial, a Renascer de Jacarepaguá mostrou que não se preparou da melhor maneira possível para manter-se na elite do carnaval carioca. Não que o componente da agremiação da Zonas Oeste tenha se intimidado, pelo contrário. Se não mostrou um desempenho de canto sensacional, a Renascer cantou de maneira considerável e evoluiu com alegria, mas alguns detalhes como a simplicidade da maioria das fantasias e falhas de acabamento em algumas alegorias deverão atrapalhar a vida da escola na quarta-feira de cinzas. O enredo até foi bem desenvolvido pelo carnavalesco Édson Pereira, mas pareceu faltar mais acontecimentos na carreira do artista que fizessem jus à escolha do tema. A escola também apresentou problemas com seu abre-alas, que teve a parte da frente desacoplada do restante logo no início do desfile, além de algumas partes despencaram no decorrer da passagem da escola pela pista.

 
Análises das cabines 1 e 4.
 
A comissão de frente da Renascer mostrou bem o estilo de trabalho de sua coreógrafa Alive Arja, que trouxe um grupo de bailarinos franzinos e ágeis. A comissão da Renascer apresentou coreografia graciosa, entrosada e acabou cativando o público nos dois módulos. A fantasia era original e a maquiagem dos integrantes muito bem feita. A coreografia girava em torno de um personagem central, fantasiado de palhaço. O ápice acontecia quando os integrantes formavam o nome da escola com os galões de tinta usados como elementos cenográficos e a letra ''a'' tirada de dentro de um baú. Apesar de correta, a proposta da comissão não apresentou grande novidade e a os galões de tinta cenográficos apresentaram acabamento pobre, poderia ser melhor.



O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Renascer, Fábio Junior e Jéssica, não se mostraram nervosos com a estreia no Grupo Especial. Já no primeiro módulo de julgadores, a dupla esbanjou segurança e tranquilidade. A coreografia foi bem executada e mostrou a delicadeza da dança de ambos. No quarto módulo, a exibição de ambos também foi digna de elogios. Ela mostrou elegância na empunhadura do pavilhão nas duas apresentações.

A harmonia da Renascer foi satisfatória. Não que o desempenho do canto da escola tenha sido excelente, mas, de uma maneira geral, a Renascer conseguiu fazer com que seus componentes participassem bem nesse quesito. Destaque para a segunda ala, fantasiada de Descobrindo as Cores, todos cantavam o samba. Aos 22 minutos houve uma falha do intérprete Rogerinho. Ele fez o ''caco'' de chamada da segunda parte do samba, mas o refrão do meio ainda deveria ser repetido.

A evolução da Renascer não teve nenhum grande problema, mas apresentou-se ligeiramente irregular. Quando a comissão de frente e o casal deixaram a pista, a escola praticamente não parou mais no último módulo. Nenhum buraco, porém, foi aberto no primeiro e no último módulo.

O maior problema apresentado pela Renascer foi, sem dúvida, o acabamento das alegorias. O abre-alas apresentou falhas gritantes em seu lado direito, com ferros aparecendo e muita espuma por baixo dos espelhos à mostra. Ainda no abre-alas, uma parte da escultura da frente do carro caiu próximo à terceira cabine de julgadores A terceira alegoria também apresentou falhas no acabamento, assim como a segunda e a quinta.

As fantasias da Renascer oscilaram entre o original e o simples demasiado. Ponto negativo para os sapatos idênticos - só mudava a cor - de diversas alas. Nos últimos setores e no segundo setor estavam as fantasias mais originais.

A bateria da Renascer oscilou bastante também. Não abandonou a ousadia que a caracteriza, mas as caixas embolaram durante a apresentação no primeiro módulo, fato que voltou a acontecer dentro do segundo recuo. As oscilações de andamento, vistas nos dois ensaios técnicos, aparecerem em menor escala no desfile. Destaque para o equilíbrio na tonalidade dos instrumentos.

O samba da Renascer mostrou-se adequado para o desfile. Leve, a obra fez com que os componentes participassem bem do canto e evoluíssem com alegria.

Cabine 2

A Comissão de Frente estava animada, porém, tiveram alguns problemas na coreografia e nos elementos cenográficos (balde de tinta não acendia).

o Mestre-Sala e Porta Bandeira pareciam nervosos e fizeram uma apresentação breve e no final a bandeira bateu na fantasia do Mestre-Sala.

A Bateria passou bem confiante e realizou uma bossa para o julgador.

As alegorias apresentaram falhas. A primeira não ficou acoplada e a parte que ficou solta não apresentou falhas na iluminação. No geral, os componentes das alegorias se apresentaram sem algumas partes das fantasias. Destaque positivo para o carro que trazia uma cama elástica. Público interagiu com a apresentação e aplaudiu. A Renascer levou para o desfile seis alegorias e três tripés.

As fantasias eram simples, com algumas retratando bem o enredo e outras de maneira confusa.

No quesito Harmonia, a escola não cantou e muitas alas desfilaram caladas. A evolução caminhava bem até os 50 minutos, quando começou a correr sem necessidade, com muitas altas passando muito rápido.

Cabine 3

A Comissão de Frente chegou na cabine 3 aos 23 minutos. Ela continha tripés com elementos cenográficos (baú) que formavam rolos de tinta, nas cores vermelho, amarelo, lilás, verde, azul e preto. Eles se misturavam e formavam a palavra Renascer. A arquibancada aplaudiu de pé.

O jurado do quesito Mestre-Sala e Porta-Bandeira cronometrou o tempo de apresentação do primeiro casal da Renascer. A fantasia era branca com prata e vinha com luzes piscando. A bandeira da Porta-Bandeira encostou no esplendor do Mestre-Sala por duas vezes. Mesmo assim, todos os jurados aplaudiram de pé a apresentação.

No abre-alas, a Renascer trouxe três carros acoplados. O primeiro desacoplou do segundo, porém a escola mão deverá ser penalizada, já que trouxe seis carros para a avenida. O primeiro carro que desacoplou, ficou apagado, já que a instalação elétrica estava na outra parte da alegoria.

O carro também apresentou falhas de acabamento, com ferros a mostra e chão inacabado. Garrafas de água mineral dos destaques estavam visíveis.
Na ala das Baianas, que veio atrás do abre-alas, a barra das saia das componentes possuíam lâmpadas iluminando a fantasia. As Baianas, como as demais alas, cantaram pouco.

Todas as fantasias, exceto as alas atrás do segundo casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, e a segunda ala atrás do quinto carro não apresentaram problemas de acabamento. Todas as demais, tiveram falhas, como esplendores descolando, ferro a mostra e manchas de tinta.

A segunda alegoria também teve falhas de acabamento, com esculturas com ferro a mostra na parte traseira.

A Bateria passou pela terceira cabine de jurados sem parar. O Mestre Paulão apenas apresentou a bateria aos julgadores e seguiu o desfile. Os jurados aplaudiram a bateria da Renascer.

No terceiro carro veio com problemas de acabamento no contorno das esculturas, com adereços soltando. Na carro 4, os lustres estavam apagados e três esculturas de prédios do lado direito tombaram uma nas outras. Na frente, desse carro vinha uma réplica de um carro e a tinta estava descascada no chão. Os destaques do carro não cantavam. No carro, o contorno das esculturas apresentavam os mesmos defeitos do carro número 3.

No sexto e último carro, que trouxe o homenageado Romero Brito, havia um pano rasgado atrás da alegoria, que aparentemente foram feitos para a comunicação com o motorista.

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