terça-feira, 2 de agosto de 2011

Leia a sinopse da Tucuruvi para o Carnaval de 2012



Foto - DivulgaçãoVice campeã do Carnaval Paulistano de 2011, a Acadêmicos do Tucuruvi se prepara para conquistar o tão sonhado título no próximo desfile.
O conceituado carnavalesco Wagner Santos assinará o enredo: "O esplendor da África no reinado da folia".
É a primeira vez que a escola de samba da Cantareira apresentará um tema afro.
A idéia do carnavalesco ao fazer essa homenagem aos povos primitivos africanos é mostrar uma África que se desenvolveu e brilhou sob os reflexos do sol, reluzindo nos seus diamantes e no ouro abundante de suas terras.
A Tucuruvi será a sexta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles no Anhembi. A agremiação desfila na sexta-feira de Carnaval, 17 de fevereiro.
Confira a sinopse do enredo:
O ESPLENDOR DE UMA CIVILIZAÇÃO QUE O MUNDO NÃO VIU.
Negros primitivos de várias tribos, governados por reis e rainhas, habitavam o coração da África, que naquela época possuía uma terra fértil.  A Mãe África preparou um lindo enxoval para acolher seus filhos, para garantir que eles tivessem uma vida próspera repleta de felicidade e paz, um continente onde havia fartura de ouro e diamantes. Sendo todo o reino protegido por bravos guerreiros. Seus povos viveram da criação de animais, da agricultura, da caça e da pesca. A região se transformou com o tempo em uma referência no comércio. Um povo dedicado ao trabalho que respeitava as suas autoridades, uma sociedade organizada que vivia com dignidade sem vestígios da interferência e existência do homem branco, era o esplendor de uma civilização primitiva.
O RESPEITO PELA NATUREZA, O SEU MAIOR TESOURO.
Os povos da África se consideravam filhos da natureza, por habitarem o berço da natureza mais rica e exuberante da região. Dividiam suas terras com toda a fauna e a flora nascida do ventre da Mãe África e revoadas de pássaros que voam colorindo o céu. As savanas são o refúgio, o habitat dos animais exuberantes típicos da fauna, entre caça e caçador na luta pela sobrevivência. A biodiversidade marinha guardou verdadeiras obras esculturais de diferentes formas de espécies de peixes nas águas dos rios que banham a região. Ninguém até hoje pode provar a existência dos jardins suspensos da Babilônia, mas acredita-se que os jardins ostentados entre as florestas da África eram tão belos e perfeitos como os tais jardins que vários historiadores já descreveram e idealizaram. O mais incrível na cultura do povo ficou marcado no caráter de cada cidadão no respeito que eles tinham pela natureza, a preocupação em usufruir e desfrutar de seus recursos sem agredir e nem devastar, a conscientização pela preservação. Sendo a natureza o seu maior tesouro.
A FÉ E A RELIGIOSIDADE CULTURAL.  
Um povo de muita fé, crenças culturais e uma filosofia de vida onde seus líderes espirituais tinham poder nas decisões tomadas pelos governantes. Entre seu povo havia as mães feiticeiras, curandeiras que utilizavam recursos da natureza como plantas medicinais e partes de animais mortos em rituais de magias para a cura de diversas doenças e maldições sendo consideradas doutoras das tribos, também realizavam partos de mulheres e animais e contribuíam na preparação dos banquetes nas festas religiosas. Outros personagens importantes para a sociedade, eram os conselheiros sábios das tribos, homens que possuíam domínio sobre previsões do futuro, utilizavam búzios e dentes de animais em suas consultas. Estes sábios aconselhavam reis e generais nas estratégias de guerra, na organização e na administração de todo o reino, ou até mesmo executavam o ofício de professores na educação das crianças, passando para a futura geração todo seu conhecimento. Uma cultura rica em tradições religiosas, marcada por rituais de danças ao som de tambores em agradecimento a Mãe África pela fartura e pela paz que reinava nas tribos, celebração de casamentos, festivais e danças tribais para celebrar a chegada de um novo filho ou a abundância da colheita; rituais de magia invocando os espíritos das florestas pedindo a proteção para seu reino dos espíritos maus da floresta, responsáveis pela peste, a miséria e a destruição das matas e das tribos. Eles acreditavam que foram criados pelo espírito da Mãe África e que eram protegidos pelos seus guardiões e que após a morte existia um reino perfeito onde eles iriam morar, sendo governados pela Mãe África livre de todo mal. Realizavam cultos sagrados em um grande templo construídos todo em pedras rústicas e palha para fazer suas orações e seus sacrifícios.
RIQUEZA DA ARTE AFRICANA.
O artesanato estava presente no dia a dia e em todos os momentos de suas vidas para suprir as suas necessidades. Utilizavam muita palha na confecção de cestos e trançados muito úteis na vida doméstica. A palha também era a principal matéria prima na confecção das casas das tribos, junto com a madeira, prezando a característica própria e rústica na arquitetura. As mulheres eram as principais artesãs das aldeias. Passavam grande parte de seu dia confeccionando peças e artigos para seus lares e ensinavam seus filhos. Confeccionavam suas próprias roupas com peles de animais e linhos. Faziam roupas bem coloridas, redes e colchas, adornos com dentes e búzios para utilizarem em rituais ou simplesmente para se enfeitarem.  Amuletos para rituais e para proteção dos espíritos ruins da floresta. Extraíam do fundo dos riachos o barro muito bom para cerâmica, muito importante para os povos das tribos. Confeccionavam diversos tipos de vasos, de vários tamanhos, formatos e cores. Os nativos pediam permissão à natureza para extrair de suas árvores o material necessário para execução de suas casas, canoas, armas de guerra como arcos e flechas, lanças e esculturas talhadas em madeira. A arte era expressa pelas danças alegres das tribos, com indumentárias especiais e pinturas coloridas sobre o rosto e o corpo, ao som de tambores e flautas primitivas com movimentos fortes e sensuais.
ARTE E CULTURA BRASILEIRA HERDADOS DOS FILHOS DA ÁFRICA.
O ritmo do samba executado pelas baterias das agremiações, desde o início, esteve profundamente relacionado à África em sua essência, visto que, o ritmo originário do batuque africano, era utilizado nos cultos e rituais dos negros. E ao ser transplantado para as terras brasileiras, o batuque foi se adaptando às características locais sem perder sua estrutura e função. A batida dos tambores segundo o compasso das batidas do coração, seguia o ritmo pelas veias inspirando os movimentos do corpo na dança. Os negros que aqui se instalaram, na transição dos séculos XIX e XX na Bahia, tinham na cultura herdada pelos povos africanos um dos principais motivos de socialização e de conservação de seus costumes. Essa associação entre música e culto religioso foi um dos fatores que contribuiu bastante para a instituição de grupos diversos, que levou o ritmo africano para as ruas da cidade. Começou no nordeste e ao longo do tempo se expandiu para o sudeste brasileiro até chegar à Terra da Garoa. Adotando assim o samba, como elemento principal nos cordões, ranchos, blocos e, no final desse processo, as Escolas de Samba, que surgiram a partir da fusão de elementos de diversas manifestações carnavalescas. As disputas realizadas pelo negro, antigamente, era roubar o pavilhão rival através da dança, resultando hoje no bailado do mestre sala sendo guardião de sua porta bandeira. O cortejo rememorando a ancestralidade Afro-Brasileira não está apenas no batuque do samba, mas na ginga da capoeira, trazida pelos negros usada como defesa e transformada em arte com a mestiça brasilidade. A riqueza da gastronomia brasileira herdada das mulheres quituteiras, vindas da África trazia muito tempero e muita pimenta agregada às especiarias já existentes nestas terras, deixando o Brasil com um novo sabor. E hoje a raiz da nossa raça, traz os traços da beleza negra. Nesta noite, a Acadêmicos do Tucuruvi, homenageia este povo de grande valor, que fez desta maravilhosa escola de samba ser o que é hoje, o quilombo da folia. Agradecemos ao negro por nos presentear com sua rica cultura que será exaltada na maior festa do mundo, o Carnaval Brasileiro, onde neste enredo a Tucuruvi é a guardiã da cultura Afro-Brasileira.

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