O Tom (de um piano)
“A música de Antonio Carlos Jobim e a Estação Primeira de Mangueira são duas das maiores referências da identidade carioca.” (Biscoito Fino)
Voa e vai bem longe,
Vai buscar ela pra mim.
Em seu vôo derradeiro
Cruza o céu a desvendar
Águas de março,
Onde foram desaguar
As belezas do meu Rio de Janeiro.
Corcovado, Ipanema
Copacabana, um poema!
Em seu doce balanço a caminho do mar
Não se esqueça de cantar...
Voa meu sabiá,
Espalhe flores lá na praia,
Que a Tereza vai gostar!
Diga à Ligia, e à Gabriela
E claro, não esqueça dela,
Maria da Graça, de voz enfeitada
Nem de Luciana, de riso tão lindo
E vê se encontra nesse seu vôo
Onde anda Luíza.. Onde, Ana Luíza?
Faz uma coisa por mim, Passarim
Diz pra toda gente
que o trem de ferro
já vai chegar na Primeira Estação
mas não vou levar banquinho e violão
Vou ofertar à minha nova parceira
Um soneto, o da eternidade
Se apressa Passarim,
O morro mandou me chamar
Vou subir meu piano na Mangueira:
É nele que você vai enfim pousar!
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, ou simplesmente TOM JOBIM, é um dos maiores compositores da música popular brasileira. Responsável direto pela internacionalização da música brasileira, é um artista respeita, admirado, e serve como referência para músicos do mundo inteiro. Sua fama e talento ultrapassaram as fronteiras brasileiras, e foi através de Tom, que a bossa nova e a nossa música ficaram eternizadas no cancioneiro mundial. Lalo Schifrin, Quincy Jones, Coleman Hawkins e Dizzy Gillespie e o mito Frank Sinatra renderam-se à genialidade de Tom, que fez uma carreira mundialmente sólida.
Teve em Vinicíus de Moraes uma das mais bem sucedidas parcerias de que a música brasileira tem notícia, além ainda de encontros e composições memoráveis ao lado de Chico Buarque.
No ano de 1991, é lançado o disco “No Tom da Mangueira”, que é aberto com a obra-prima “Piano na Mangueira” – última composição de Tom Jobim com a parceria de Chico Buarque.
No ano de 1992, a Mangueira o homenagearia em seu desfile, com o enredo “Se todos fossem iguais a você”, onde o maestro, compositor, cantor, violonista e pianista foi aclamado publicamente.
Em 1994, o “Passarim” voou para bem longe, para pousar junto às estrelas.
“Afago o manuscrito original do Piano na Mangueira, que Tom e Chico me ofertaram com tanta delicadeza, repetindo que a Mangueira é mesmo tão grande que nem cabe explicação, assim como este disco é para mim um chão de esmeraldas que volto a pisar ao lado de meus queridos concidadãos mangueirenses” – (Hermínio Bello de Carvalho – Produtor Musical)
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