quinta-feira, 30 de junho de 2011

matéria: OS MAIORES INTÉRPRETES DO CARNAVAL CARIOCA.

                                           NÊGO




Nome completo: Edson Feliciano Marcondes


   Ano de nascimento: 1955






No início, ele era apenas o irmão de Neguinho da Beija-Flor. No entanto, graças ao seu trabalho e talento, lutou e conseguiu o seu lugar ao sol com brilho próprio. É um puxador de primeira linha e importante compositor nas escolas.
Nêgo começou na Beija-Flor, em 1976, auxiliando seu irmão na condução da escola de Nilópolis. Em seguida, sempre junto com o mano mais velho, vieram as primeiras parcerias e composições. Nêgo resolveu alçar vôo sozinho logo após o carnaval de 1985, ao receber um convite do presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta. “Se eu permanecesse na BF, meu nome sempre ficaria atrelado ao de Neguinho, então resolvi ir atrás do meu próprio caminho”, afirmou.
O primeiro samba puxado na escola do Morro do Borel foi alvo de controvérsias. Muita gente torceu o nariz para “Cama, mesa e banho de gato”, de 1986, uma visão carioca e bem-humorada dos sete pecados capitais. Nego acredita que a escola foi vítima de preconceito. “A Tijuca já era dada como rebaixada antes mesmo de desfilar”, revela. No ano seguinte, ao invés de apresentar novamente um enredo irreverente, a escola preferiu contar a história do dinheiro com “As três faces da moeda”. Para dizer que o tema era sério, Nêgo criou o grito de guerra "Alô, povão! Agora é sério! Canta, Borel!". A escola fez um belo desfile e retornou para o Grupo Especial. Nêgo permaneceu oito anos na Unidos da Tijuca, só trocados após um convite irresistível de Laíla, que passou a dirigir o carnaval da emergente Acadêmicos da Grande Rio, em 1992. Na escola de Duque de Caxias, foram dez anos. O intérprete ainda teve duas passagens pelo Grupo A nos anos de 1992, quando defendeu o Arranco, e em 1999, quando foi o intérprete oficial da Villa Rica.
Nêgo trocou Caxias pelo Salgueiro em 2001. Ele vinha defendendo o samba de autoria de Augusto, José Carlos da Saara e Rocco Filho durante as eliminatórias. Ao vencer a disputa, Nêgo foi convidado pela diretoria da escola a permanecer na agremiação e cantar “Salgueiro no Mar de Xarayés, é Pantanal, é carnaval”. Repetiu a dose em 2002 até retornar à Unidos da Tijuca em 2003. Suas elogiadas performances renderam o convite para puxar “Aquarela Brasileira”, que o Império Serrano resolveu reeditar em 2004. Nêgo não pensou duas vezes e agarrou a preciosa chance com as duas mãos. Manteve-se no Império Serrano até o carnaval de 2007, deixando a escola em função de desacertos financeiros. Após defender a Viradouro em 2008, foi demitido da escola por não comparecer na gravação do samba-enredo para o CD oficial de 2009. Poucos dias depois, Nêgo acertou seu retorno ao Império Serrano, onde defendeu a reedição do samba "Lendas das Sereias, Mistérios do Mar". A escola foi rebaixada no Grupo Especial e o intérprete se desligou novamente da agremiação. Em 2010, dividiu com David do Pandeiro o microfone oficial da Mocidade. Também em 2010, fez expedientes nos carnavais da Região Sul, defendendo a União da Ilha da Magia em Florianópolis e integrando o carro de som da União da Vila do IAPI em Porto Alegre. Com a saída de David do Pandeiro, foi o titular no carro de som da Mocidade a partir de 2011, ao lado de Rixxa. Após o desfile, deixou Padre Miguel e acertou com a Unidos de Vila Maria, em São Paulo. Poderia defender também o Império Serrano no Acesso, mas a escola paulistana não o liberou por coincidência na data da apresentação das duas agremiações.
        Tem um CD gravado, com a produção de Milton Manhães. Seu estilo é vibrante na avenida, Nego ganhou cinco Estandartes de Ouro e conciliando uma correta condução do samba com a empolgação do público e dos componentes da escola.
 
 
INÍCIO: Beija-Flor de Nilópolis. Até 1985, foi apoio de Neguinho.
Primeiro ano como intérprete oficial: 1986, na Unidos da Tijuca
1986 a 1992 – Unidos da Tijuca
1992 - Arranco 
1993 a 2000 – Grande Rio
1999 - Villa Rica
2001 e 2002 – Salgueiro 
2003 – Unidos da Tijuca 
2004 a 2007 – Império Serrano
2008 - Viradouro
2009 - Império Serrano
2010 e 2011 - Mocidade (junto com David do Pandeiro e Rixxa)
2006 e 2007 - Ilha da Marduque (Uruguaiana-RS)
2010 - União da Ilha da Magia (Florianópolis-SC)
2010 - União da Vila do IAPI (Porto Alegre-RS - apoio de Kaubi)
2010 - Bambas da Alegria (Uruguaiana-RS, junto com Renan Ludwig)
2012 - Unidos de Vila Maria (São Paulo-SP)
2011 - Camarões dos Pampas (carnaval virtual)
GRITO DE GUERRA: Alô, povão agora é sério! Canta (nome do bairro da escola), seguura!
GRITOS DE EMPOLGAÇÃO:quem sabe diz”; “olha o balanço”; “no gogó”; “alegria, alegria, alegria”; “repete!”; “burugudú”, "na palma da mão", "olha aqui, é o Império", "pim, pim", "isso é comunidade!".
Sambas de sua autoria: “Carnaval do Brasil, a oitava das Sete Maravilhas do Mundo” (81, com Dicró, Neguinho da Beija-Flor e Picolé); “A grande constelação das estrelas negras” (83, com Neguinho); “O gigante em berço esplêndido” (84, com Neguinho); “Templo do absurdo” (88, com Beto do Pandeiro, Carlos do Pagode, Ivar Silva, Monteiro e Vaguinho); “De Portugal à Bienal no país do carnaval” (89, com Beto do Pandeiro, Gilmar L. Silva, Vaguinho e Vicente das Neves); “E o Borel descobriu... navegar foi preciso” (90, com Azeitona, Beto, Ditão, Gilmar L. Silva, Ivan, Vaguinho, Valtinho e Vicente das Neves); “Tá na mesa, Brasil” (91, com Antônio Conceição e Carlinhos Melodia); “No mundo da Lua” (93, com Adão Conceição, Carlinhos P2, Dicró, G. Martins, Jacy Inspiração, Juarez Dy Galvoza, Mais Velho, Rocco Filho e Ronaldo), “Ei, ei, ei, Chateau é o nosso rei” (99, com Barbeirinho e Derê), “Salgueiro no Mar de Xarayés, é pantanal, é carnaval” (2001, com Augusto, José Carlos da Saara e Rocco Filho), “Asas de um sonho viajando com o Salgueiro, o orgulho de ser brasileiro” (2002, com Claudinho, Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20 e Sidney Sã).
Estandartes de Ouro: 5 (1991, 1994, 1999, 2004 e 2006, como intérprete)


MAIS FOTOS DE NÊGO





Começo de carreira, na Unidos da Tijuca, nos anos 80

Contracapa do LP de 1981, com Nêgo no time de compositores do samba da Beija-Flor daquele ano (composto também por Neguinho, Picolé e o não menos famoso Dicró)


Durante o desfile da Unidos da Tijuca, em 1992 (fotos cedidas por Fred Sabino)

Em 2009, no Império Serrano

Nêgo no "Xou da Xuxa"

Em 1991
 
 

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