Nome Original: Domingos da Costa Ferreira
Ano de nascimento: 1941
Mais um que integra a categoria dos puxadores “enterteiners”, os animadores de público e de escola. Dominguinhos do Estácio começou sua trajetória no carnaval na Unidos de São Carlos, no final dos anos 60. Começou a se destacar como compositor e cantor em sua escola. Integrava o coral da agremiação, até que uma composição sua venceu a disputa de samba-enredo para o tema “Arte negra na legendária Bahia”, em 1976. Desde então, projetou-se como compositor de destaque e como intérprete oficial da escola do Morro de São Carlos.
Além de puxar a São Carlos, Dominguinhos também puxou o samba da Acadêmicos de Santa Cruz, em 1978. No ano seguinte, foi convidado a ingressar na Imperatriz Leopoldinense, que passava por uma reestruturação administrativa, com a chegada da família Pacheco Drummond. Com a escola de Ramos, conquistou um bicampeonato e a projeção de seu nome no carnaval. Após o desfile de 83, foi convidado a retornar à antiga escola, que passava por renovação e alterou o nome para Estácio de Sá. Acompanhou a ascensão e a estabilidade da entidade no Grupo Especial, derrubando a pecha que a ex-São Carlos era uma escola iô-iô, que subia um ano para descer no ano seguinte.
Dominguinhos do Estácio permaneceu no berço do samba até 1988, quando brigou com a diretoria da época e transferiu-se novamente para a Imperatriz Leopoldinense, onde conquistou o campeonato de 1989. No ano seguinte, puxou a Imperatriz no Especial e com a Acadêmicos do Grande Rio no Acesso, subindo com a emergente escola para a elite do carnaval. Optou por continuar com a escola de Duque de Caxias em 1991, que não se firmou, obtendo a última colocação no Especial.
Em 1992, retornou à Estácio de Sá para ajudar a escola a conquistar seu único título na divisão principal, com o desfile “Paulicéia Desvairada”. Em 1996, foi demitido pelo então presidente Acyr Marques por ter participado e vencido a disputa do samba-enredo na Imperatriz Leopoldinense. Coincidência ou não, a saída de Dominguinhos da vermelho e branco do Morro de São Carlos coincidiu com a derrocada da Estácio. A diretoria da Imperatriz, em gratidão com o ocorrido, ofereceu-lhe a posição de ser o apoio de luxo do puxador oficial da escola Preto Jóia. A escola de Ramos obteve o vice-campeonato.
Em 1997, recebeu convite para puxar o samba da Unidos do Viradouro. Com o tema “Trevas! Luz! A explosão do universo”, a escola de Niterói foi a sensação do carnaval e conquistou um título memorável. Em 2004, Dominguinhos do Estácio teve a chance de novamente cantar na avenida o samba “A Festa do Círio de Nazaré”, samba com que sua escola de origem Unidos de São Carlos desfilou em 1975 e que a Viradouro optou por reeditar. “Eu não era o puxador oficial da São Carlos na época desse samba, que pra mim, é um dos mais lindos da história do carnaval”, afirmou o intérprete. Após 11 carnavais na escola de Niterói, Dominguinhos deixou a Viradouro em outubro de 2007 e ficou ausente dos desfiles do Rio em 2008, sendo um grande desfalque para o nosso carnaval. Defendeu em 2009 a Inocentes de Belford Roxo no Grupo A. Dispensado pela escola após o desfile, acertou seu retorno à Imperatriz Leopoldinense para 2010, depois de 20 anos longe do microfone principal gresilense. Sentiu-se mal após o término do desfile de 2011. Dominguinhos sofreu um infarto que o tirou do Sábado das Campeãs. Tendo passado por um problema parecido 12 anos antes, quando precisou implantar pontes de safena, atualmente se recupera.
Muito religioso e devoto de Nossa Senhora de Nazaré, todos os anos, desde 1975, Dominguinhos do Estácio vai até Belém do Pará participar da festa. Além de puxar as escolas de samba no carnaval, o sambista já lançou quatro discos e participou do projeto Puxadores de Samba. Além dele, participavam do grupo Jackson Martins, Preto Jóia, Serginho do Porto e Wantuir. A experiência rendeu um disco, gravado em 2000.
O estilo de Dominguinhos do Estácio às vezes é contestado por alguns, que o acusam de só gritar na avenida e disfarçar sua limitação musical com cacos de empolgação. No entanto, o sambista já ganhou dois Estandartes de Ouro, em 1984 e em 2000.
De 1972 a 1977 – Unidos de São Carlos
1978 – Acadêmicos de Santa Cruz
1979 a 1982 – Imperatriz Leopoldinense
1981 - Branco no Samba (Niterói-RJ)
1984 a 1988 – Estácio de Sá
1984 a 1986 - Vitória Régia (Manaus, na gravação do LP)
1986 - Rancho Não Posso Me Amofiná (Belém do Pará, na gravação do LP)
1989 e 1990 – Imperatriz Leopoldinense
1990 e 1991 – Acadêmicos do Grande Rio
1992 a 1995 – Estácio de Sá
1996 – Imperatriz Leopoldinense (apoio)
1997 a 2007 – Viradouro
2006 - Cova da Onça (Uruguaiana-RS)
2009 - Inocentes de Belford Roxo
Desde 2010 - Imperatriz Leopoldinense
GRITO DE GUERRA: Olha a (nome da escola) chegando!
GRITOS DE EMPOLGAÇÃO: “alô, Ciça”; “Ê... ê... ê... ê...”; “alegria, alegria, alegria”; “hâp... hâp... hâp...”
SAMBAS DE SUA AUTORIA: "Arte negra na legendária Bahia" (76, com Caramba e Caruso), "40 anos da Rádio Nacional" (77), "Oxumarê, a lenda do arco-irís" (79, com Darcy do Nascimento e Gibi), "O que a Bahia tem? (80, com Darcy do Nascimento), "Onde canta o sabiá" (82, com Darcy do Nascimento e Tuninho), "Quem é você? (Vem de lá)" (84, com Darcy do Nascimento), "Prata da noite" (86, com Darcy do Nascimento), "Tititi do Sapoti" (87, com Darcy do Nascimento e Djalma Branco), "Imperatriz Leopoldinense honrosamente apresenta Leopoldina, a imperatriz do Brasil" (96, com Carlinhos China, Demarco e Jurandir), "Trevas! Luz! A explosão do universo" (97, com Flavinho Machado, Heraldo Faria e Mocotó), "Envergo, mas não quebro" (2000, com Carlinhos Tizil, Gílio, J. Araújo, Ricardo e Russo) e "A Viradouro é só Sorriso” (2005, com Gusttavo, Gilberto Gomes, José Antônio e PC Portugal).
Estandarte de Ouro: 3 (1984 e 2000, como intérprete e 1996, com o melhor samba)
MAIS FOTOS DE DOMINGUINHOS DO ESTÁCIO
Puxando a Imperatriz no desfile de 1981. A imagem de Dominguinhos aparece em chroma-key, tendo ao fundo o desfile, durante a transmissão da Globo. Foto by Rixxa Jr.
Puxando a Imperatriz no desfile de 1989. Foto enviada pelo internauta Igor Munarim.
Em 1993, dando o grito de guerra momentos depois de se desentender com o então presidente da LIESA, Capitão Guimarães, que se recusou a zerar o cronômetro do desfile da Estácio após um problema com um carro alegórico do desfile anterior (imagens enviadas por Fred Sabino)
Em 1994 (imagens enviadas por Fred Sabino)
Em ação em 1987
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