Nome completo: Antonio Sérgio Ramos Teixeira
Ano de nascimento: 1954
"Quando Tuninho Professor viu que o nome dele não constava na lista de intérpretes do site, ficou triste". Essa afirmação é de sua esposa Jamila Teixeira, que resolveu escrever para o SAMBARIO pedindo a inclusão do marido na seção Intérpretes do site. Nem é preciso dizer que seu pedido foi prontamente atendido.
Tuninho Professor tinha apenas 14 anos em 1969, quando fez parte pela primeira vez da equipe de cantores da Imperatriz Leopoldinense, que desfilava com o enredo "Brasil, Flor Amorosa de Três Raças". Na época, foi considerado o intérprete mais jovem da história do carnaval. O garoto, então conhecido apenas como Toninho, puxou a Imperatriz ao lado de Dom Barbosa, na época intérprete oficial gresilense. Tuninho ajudou Dom Barbosa também na gravação oficial do samba-enredo de 1969, registrado no LP "Festival de Samba Vol. 2". Os trabalhos foram realizados ao vivo na própria quadra da agremiação, contando também com a atuação das pastoras.
O então futuro intérprete foi levado para a Imperatriz através de seu padrinho Denir Lobo, além de outros baluartes como Mathias de Freitas (um dos autores do samba de 1969), Bidi, Velha, Zé Katimba, entre outros. Os sambistas ficavam surpresos com o fato de um garoto tão novo conhecer tantos sambas de enredo e de quadra, de maneira a cantá-los nos ensaios. "Durante as disputas a partir do ano de 1968, ele sabia todos os sambas-enredo concorrentes, a ponto de, no dia da escolha do samba, cantar todos os finalistas a pedido dos compositores", conta a orgulhosa esposa Jamila, reforçando que o marido conhece todos os sambas da Imperatriz desde 1963.
Por sugestão do compositor Toninho Nascimento (que também era conhecido apenas como Toninho), para não causar problemas de direito autoral, modificou seu nome artístico para Tuninho da Imperatriz. Embora ainda desconhecesse questões autorais, não quis atrapalhar Toninho Nascimento, sendo que, mais tarde, chegariam a realizar composições juntos. Só que, na década de 80, a Imperatriz passou a ter em sua ala de compositores o sambista Tuninho do Petróleo. Aproveitando o fato de Tuninho ser professor de português, nasceu aquele que seria seu nome artístico definitivo: "Tuninho Professor".
Preocupado com a repercussão que poderia causar o pseudônimo "professor", Tuninho frisa que, para o samba, ainda é aprendiz. Intérprete oficial da Imperatriz nos anos de 1978, 1984 e 1986 (além de apoio em outros anos), sempre fez questão de dizer que nunca se sentiu na condição de puxador oficial, e que o que fez até agora foi ajudar à escola sempre quando requisitado.
Uma curiosidade sobre Tuninho Professor: em 1993, ele ajudou na seleção dos sambas da Imperatriz para o disco da Coletânea Sony, mas quando o produtor Rildo Hora perguntou qual ele iria gravar, Tuninho respondeu que nenhum, pois gostava de todos. Em um dia da gravação, Rildo Hora e o também produtor Sombra pediram que ele visse a base do samba de 1969 e cantasse junto, por conta de dificuldades no entendimento da letra. Quando terminou de cantar, a gravação foi considerada como concluída, proporcionando uma homenagem a Tuninho por aquele ter sido o primeiro samba por ele cantado na avenida.
Além de bom cantor, Tuninho também se tornou um compositor consagrado. Somando 11 vitórias na Imperatriz Leopoldinense, é o segundo compositor com maior número de vitórias na agremiação, sendo superado apenas por Guga e seus 14 trunfos. Até hoje Tuninho concorre nas eliminatórias gresilenses. Sua última vitória foi no carnaval de 2006.
Em agradecimento ao SAMBARIO pela lembrança de Tuninho Professor em sua seção Intérpretes, a esposa Jamila Teixeira destaca o trabalho realizado pelo site dos sambas-enredo. "O que vocês fazem é o verdadeiro resgate do sambista e 'do pouco' que cada um deu e dá, para que se tornasse o espetáculo que é hoje".
Início: Imperatriz Leopoldinense, no final da década de 60.
Primeiro ano como intérprete principal: 1978
1969, 1970, 1972, 1973, 1975, 1976, 1977, 1981, 1982, 1983, 1989, 1991 e 1992 - Imperatriz (apoio de Dom Barbosa, Jorge Goulart, Jeremias Ferraz, Abílio Martins, Dominguinhos do Estácio, Gera, Alexandre D'Mendes e Preto Jóia)
1978, 1984 e 1986 - Imperatriz (intérprete oficial, gravando o samba nos respectivos discos oficiais)
GRITO DE GUERRA: Não tinha um grito de guerra característico.
CACOS CARACTERÍSTICOS: Costumava usar como cacos as palavras presentes na letra do samba-enredo.
SAMBAS DE SUA AUTORIA: “Vamos Brincar de ser Criança” (Imperatriz/78, com Guga, Aranha, Zé Catimba e Sereno); “Onde Canta o Sabiá” (Imperatriz/82, com Dominguinhos do Estácio e Darcy Nascimento); "Alô, Mamãe" (Imperatriz/84, com Velha, Guga e Alvinho); "Um jeito pra ninguém botar defeito (Agüenta, coração)" (Imperatriz/86, com Niltinho Tristeza, Guga e Jurandir); "O que é que a Banana tem?" (Imperatriz/91, com Preto Jóia, Niltinho Tristeza, Guga, Guará da Empresa e Flavinho); "Não Existe Pecado do lado do Equador" (Imperatriz/92, com Jurandir, Edinho e Nilson Melodia); "Eu sou da Lira, não Posso negar..." (Imperatriz/97, com Zé Catimba, Chopinho e Amaurizão); "Santa Catarina, O Circuito da Alegria" (Acadêmicos do Tucuruvi/99, com Zé Katimba, Amaurizão e Feijó); "Quem descobriu o Brasil, foi Seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do Carnaval..." (Imperatriz/2000, com Marquinhos Lessa, Amaurizão, Guga e Chopinho); "Cana-caiana, cana-roxa, cana fita, cana preta, amarela, pernambuco... Quero vê descê o suco, na pancada do ganzá!" (Imperatriz/2001, com Marquinhos Lessa e Guga); "Goytacazes... Tupi or not Tupi in a South American Way!" (Imperatriz/2002, com Marquinhos Lessa e Guga); e "Um por Todos e Todos por Um" (Imperatriz/2006, com Niltinho Tristeza, Amaurizão e Maninho do Ponto).
MAIS FOTOS DE TUNINHO PROFESSOR
Tuninho em ação no desfile da Imperatriz em 1986
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