terça-feira, 24 de maio de 2011

Batuque é um privilégio Nilcemar Nogueira

Esta foi uma semana agitada para o mundo do samba, uma semana que começou e terminou com eleições presidenciais, passando pelo seminário "Carnaval, que Festa é Essa" e  pela entrega do Prêmio S@mbaNet, um evento concorrido, onde não faltou  emoção.
Para valorizar o trabalho de equipes e grandes talentos das Escolas de Samba, várias premiações foram concebidas, do Estandarte de Ouro, que já tem 40 anos de existência, ao troféu Plumas & Paetês, em sua sétima edição. Assistimos ao reconhecimento do trabalho de sambistas, famosos ou anônimos, que vibram com o destaque alcançado e os troféus, afinal são mais de cinqüenta agremiações (considerando os grupos especial e de acesso), milhares de componentes e centenas de artífices e diretores. Ter seu nome destacado nessas premiações enche de orgulho o sambista.
O mais interessante desse movimento não é o prêmio em si, mas as pessoas que os organizam e pensam o carnaval na sua base, nos seus componentes, nos seus fundamentos. São prêmios para o sambista (a passista, o mestre-sala, a baiana, o destaque), não para a celebridade. Prêmios para o samba, não para o espetáculo televisivo. Pensar sob esse viés dá uma conotação diferente às premiações que não a oficial. É o coroamento muitas vezes de meses - e anos - de sacrifício, de trabalho, de dedicação, de arte, de comunidade. É oferecer um estímulo aos sambistas que realizam sonhos, que fazem a festa do carnaval carioca acontecer e transcender.
Infelizmente alguns dirigentes de escolas de samba e do desfile ignoram esse momento de catarse, de explosão de emoções, alegrias e criação, presos que estão a interesses turísticos, de espetáculo comercial e de poder. Esquecem o que é fundamental no samba e na escola de samba, o seu fundamento maior: os sambistas. Sem eles não estaríamos aqui, e, sem dúvida, o Rio seria outra cidade. 
"Sambar é chorar de alegria. É sorrir de nostalgia. Dentro da melodia".

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