Responsável por um dos quesitos mais complicados para ser avaliado no Grupo Especial, o jurado de bateria Cláudio Luiz Matheus, que estará na segunda cabine, explicou o processo. - Julgar bateria é muito difícil, pois é um quesito extremamente técnico. Não tem estética, acabamento, dança, essas coisas. Ali, é o julgador e o som apenas. Nós lançamos mão de vários recursos para julgar uma bateria de escola de samba. Quando todos se esgotam temos que comparar quem tem a melhor harmonia, a melhor afinação, o melhor entrosamento com o samba, a bossa mais inteligente e que não é feita apenas para promoção pessoal do mestre - sintetizou Cláudio.
O julgamento de bateria gera muita polêmica. Nos últimos anos, os diretores de bateria abusaram das paradinhas na busca pela nota máxima e muitas vezes uma convenção considerada de difícil execução não alcançou notas máximas. De acordo com Cláudio Luiz Matheus, isso acontece por causa de uma ideia errada difundida entre os comandantes das baterias.
- Muito se fala hoje de criatividade, mas a criatividade não é necessariamente você fazer uma paradinha muito longa e cheia de firulas. É possível uma escola que passe sem paradinhas ser mais criativa que as outras. A criatividade está no desenho de tamborim em relação ao samba, na combinação harmônica dos naipes dentro do conjunto de instrumentos, no comportamento rítmico da escola. Claro que uma paradinha ajuda muito a avaliar a criatividade, mas ela tem que valorizar o samba e não promover egos.
Sorteada para ficar no primeiro módulo, a julgadora de mestre-sala e porta-bandeira, Beatriz Badejo, exalta a criatividade, apesar de não ser obrigatória, e afirma que mestre-sala e porta-bandeira é um dos quesitos mais equilibrados que existem.
- Para fazer uma boa avaliação do quesito é preciso que se observe o bailado, a harmonia do casal, os movimentos, a posição da bandeira, se a roupa deixa a porta-bandeira ou o mestre-sala evoluir sem ficarem presos, entre outros fatores. Mesmo assim com o fracionamento decimal é mais fácil lançar notas hoje do que a dez anos. Como o julgamento é comparativo fica a dica de acrescentar na coreografia alguns movimentos que tenham a ver com o samba. Esse é um procedimento que pode ajudar quem dá a nota a desempatar em favor de determinado casal - citou Beatriz.
Para Sueli Stambowsky que avalia fantasias, a harmonia visual é fundamental para garantir uma boa nota em seu quesito.
- Nós olhamos um número alto de fantasias por desfile e para mim o que mais tem que contar é a harmonia visual da roupa. Além passar o enredo de maneira explicativa e clara, um bom conjunto de fantasias tem que estar harmonizado ente a roupa, o chapéu, o sapato. Nós não podemos deixar passar nada. Temos que olhar ao mesmo tempo para o conjunto e para o individual - finalizou.
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