- Temos a ideia de conversar com os jurados para entender porque eles me marcam tanto. O meu trabalho é reconhecido pelo público e pela mídia, só o jurado que tá sentado lá é que não captura a minha ideia ou então não gosta de mim. Infelizmente, me passa, às vezes, que o cara que está sentado ali não é profissional. Não são todos, mas alguns não são profissionais, julgam pelo nome. Dão dez para quem chia menos, para tal escola ou para o cara que é mais legal. No último carnaval eu achei que fui prejudicado. Fiz um bom trabalho, mas parece que não reconhecem o trabalho que você faz para a Avenida, para o público de carnaval. Parece que você tem que agradar a cabeça deles - diz.
No último carnaval, por exemplo, a comissão de frente de Jaime Arôxa foi a sexta no somatório geral das notas, perdeu 1,1 pontos sem considerar os descartes, mas uma nota em especial revoltou o coreógrafo.
- O Paulo César Morato meu deu 9,5... Ele vai ter que me explicar o porquê... De zero a dez ele me deu cinco, cara. Com cinco eu não passo de ano. Sou um coreógrafo renomado. Não me comparo com os outros, cada um faz o seu trabalho, mas eu não merecia levar essa nota. Ele vai levar a vida inteira e não vai conseguir me explicar isso. Esse ano eu não vou ficar só na Avenida ensaiando, só nos ensaios da escola, eu vou para a Liga! Vou lutar pelo direito de ser julgado com justiça, com o olhar imparcial e de quem entende. O cara pode até não gostar de mim, mas precisa reconhecer quando eu faço um bom trabalho. Essa é a única coisa que me incomoda no carnaval. Parece que eu sou um coreógrafo mediano. Eu não sou. Se fosse, não estaria na União da Ilha e não teria passado por Mangueira e Mocidade - desabafa.
Para mudar um pouco o panorâma, Jaime Arôxa fez coro com muitos profissionais que participam do carnaval e pediu que as notas dez atribuidas também fossem justificadas detalhadamente.
- Se tivesse feito um mal trabalho, eu mesmo teria reconhecido. Eu vivo de outra coisa, faço outra coisa, ando por outras áreas. Eu não preciso do carnaval, mas faço porque gosto. É muito chato quando você é injustiçado e seu nome é colocado em jogo. Ninguém fala que para o público que acompanhou o desfile pela Globo, a minha comissão foi a melhor empatada com outra. Aí quando chega no dia da apuração você tem que ficar embaixo da cama, com vergonha, mas esse ano, se Deus quiser, vou fazer um trabalho em que eles não poderão colocar um porém. Acho que a nota dez tem que ser sim justificada. Não quero citar aqui as escolas que não mereciam, mas teve escolas que não mereciam ganhar a nota dez. Isso ficou escancarado. É uma impunidade intelectual - finalizou.
A estreia de Jaime Arôxa na União da Ilha será com o enredo ''É brinquedo, é brincadeira: a Ilha vai levantar poeira!'', que será desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza. A Tricolor Insulana será a segunda agremiação a desfilar na segunda-feira de folia.
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