quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Wilsinho e Junior Schall falam sobre o desfile da Vila Isabel





 
Depois dos dois ótimos ensaios técnicos que a Unidos de Vila Isabel realizou no Sambódromo neste pré-carnaval, os apontamentos como uma das favoritas para conquistar o título foram muitos. Mas e o barracão? Há uma semana, a diretoria da agremiação do bairro de Noel abriu as portas de sua fábrica de alegorias e fantasias para a imprensa e falou sobre os preparativos para o desfile que acontece daqui a dez dias.

O diretor de barracão da Azul e Branco do bairro de Noel, Junior Schall, rechaçou as críticas de barracão atrasado que a escola sofreu, mas mostrou-se mais indignado quanto aos questionamentos feitos acerca da capacidade da carnavalesca Rosa Magalhães em desenvolver um enredo afro.

- É a primeira vez que a Rosa faz África sim, mas e daí. Acho que a Rosa já mostrou que pode se adequar a diferentes enredos. Duvidaram da capacidade dela e te garanto que, se ela quiser fazer um enredo sobre a Nasa, fará muito bem. Tem muita capacidade para trabalhar e o nosso barracão é a prova. Ela se preparou muito e concebeu uma África que nunca passou pela Avenida. Uma vez entrei na sala dela e a vi atrás de uma pilha de livros, não dava nem para ver o rosto dela. Foram três meses e meio para terminar todos os desenhos. São cores cítricas, fortes, formas agudas e um desfile preparado em sua escala cromática para enfrentar as mudanças de luz, que teremos ao longo da nossa passagem pela Avenida. O Martinho esteve aqui é disse: '' É a África''. A Vila é raça, força e negritude. Vamos fazer um grande desfile – disse ele.
Ao todo serão sete alegorias e um tripé. De fato, a concepção alegórica da Unidos de Vila Isabel para este carnaval praticamente em nada se parece com os recentes trabalhos de Rosa Magalhães. É uma mudança clara de estilo. A proposta que pautou toda a carreira da carnavalesca só é perceptível em duas das sete alegorias da escola. Juinior Schall revelou que o segundo carro, uma imensa árvore, ficou cerca de três meses adereçando. Um trabalho praticamente artesanal e que deverá dar um bom resultado sob a luz do dia.

Outro artifício usado por Rosa foi o grafismo africano, que aparecerá da primeira até a quarta alegoria. A proposta fica clara no grande navio negreiro que a escola levará em seu desfile. Schall afirmou que a carnavalesca optou por algo diferente das lamúrias geralmente mostradas em navios desse tipo. Desta vez, a Vila quer enfatizar a herança cultural dos negros que vieram na embarcação.

Quem já sabe onde vai desfilar o entusiasta e colaborador do enredo Martinho da Vila. Ele representará um rei na sétima alegoria e virá rodeado de 75 membros da Velha Guarda. O presidente da Vila Isabel, Wilsinho Alves, lamentou algumas críticas que a escola recebeu e garantiu que a Azul e Branco brigará pelo título.

- Eu quero saber o que tem de plotagem no meu barracão. Andaram falando besteira por aí. Que estávamos sem dinheiro, que o desfile seria pobre, que a Rosa estava insatisfeita. Não tem nada disso. A Vila vai brigar para ser campeã mais uma vez. Confio muito na Rosa e a escola está mergulhando de cabeça nesse enredo – garantiu.

A Unidos de Vila Isabel será a sétima escola a entrar na Avenida no domingo de carnaval com o enredo ' Você semba lá... Que eu sambo cá! O canto livre de Angola', desenvolvido por Rosa Magalhães.

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