segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Jamelão e os 80 anos de desfiles das escolas de samba



Foto: DivulgaçãoQue prazer poder fazer parte da família ... Estou estreando nesse espaço com a certeza de que é bom ser sambista, e é exatamente essa paixão que norteia meus pensamentos, críticas e posturas dentro do mundo do samba, e será gratificante saber que, de alguma forma, estamos construindo a cada dia um carnaval melhor e mais bem preparado.
José Bispo Clementino dos Santos, conhecido pelo mundo como Jamelão, este homem de hábitos simples, e um coração verde e rosa apaixonado em mais de  50 anos como intérprete oficial de uma das escolas de samba mais tradicionais do Carnaval, a estação primeira de Mangueira, se consagrou certamente como a maior personalidade que vimos passar nas escolas de samba nestes  80 anos de desfiles.
Jamelão era um amante incondicional de sua escola, e a arte de cantar samba enredo era o que fazia sua vida girar.
Intérprete, nunca "puxador de samba", se eternizou em nossa história tanto pelo seu talento, mas como também por sua postura firme em defesa do samba. Defendeu o pavilhão de mangueira de 1949 a 2006, quando se despediu da Marquês de Sapucaí por motivos de doença.
Gostem ou não do mestre Jamelão, o fato é que ele sem ganhar um centavo da mangueira, foi um filho fiel, orgulho de quem fez a história do carnaval acontecer. Era impossível ver a mangueira sem Jamelão, ele era por si só a mais forte expressão da verde e rosa, quando sua voz ecoava nos desfiles da escola era a glória e o orgulho do mangueirense estampada em quem só queria fazer samba de verdade.
Impossível encontrar um professor desses, que nos deixou um legado de sabedoria, experiência e paixão, porque a paixão ainda hoje, deveria nortear os caminhos de grandes sambistas que muitas vezes se deixam levar pela maré...
Em 2002, Jamelão viu sua mangueira ser campeã pela última vez, num samba contagiante que invadiu o nordeste e nos trouxe o orgulho dessa gente guerreira e o amor do mangueirense. Era difícil acreditar que quatro anos depois nosso mestre não seria mais a voz da mangueira, a grande maioria das pessoas ainda não conhecia uma mangueira sem nosso Jamelão.
E foi na triste madrugada de 14 de junho de 2008, aos 95 anos de idade que a mais bela voz do samba se silenciava, perdíamos nosso eterno mestre...
Passados alguns anos, ele ainda vive na memória do carnaval carioca, vive na vida de quem ama o samba, vive em toda obra perfeita que nos deixou, para aprendizado de outros que ainda virão.
Salve nosso eterno mestre Jamelão a maior personalidade do carnaval carioca!
Axé, meu velho!!!

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