Na noite desta sexta-feira, 10 de fevereiro, as 20 mil pessoas que compareceram à Passarela do Samba não mais esquecerão o dia. Estreia da pintura da pista, obras no novo lado par quase prontas, escolas queridas, Mocidade e Salgueiro, realizando seus segundos ensaios técnicos. Até uma falta de luz ocorreu nos 700 metros da Marquês de Sapucaí, deixando tudo às escuras durante cerca de 15 minutos.
A Mocidade foi a primeira a ensaiar. Com atraso de uma hora e meia devido ao engarrafamento na cidade, a escola começou seu ensaio felicitando o vice-presidente Macumba, por completar 50 anos de vida. O presidente Paulo Vianna, antes de chamar a comunidade para soltar a voz, cantou um "Parabéns pra você" improvisado com o auxílio da bateria Não Existe Mais Quente.
Torcidas organizadas da agremiação lotaram as arquibancadas dos setores 3 e 5 com faixas e bandeirões. Lá para o meio do ensaio, eles soltaram fogos e agitaram bandeiras e balões nas cores verde e branca. O ensaio da Mocidade Independente começou para valer às 21h48. A comissão de frente, do coreógrafo Renato Vieira, trouxe a coreografia oficial. O sempre sorridente Renato disse a imprensa que a comissão vai fazer uma surpresa em frente às cabines dos jurados, e que a coreografia não estava totalmente pronta. Estando pronta ou não, ela demonstrou a vida do homenageado, Cândido Portinari, e enlouqueceu o público.
Logo atrás, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Robson e Ana Paula, também fez sucesso. A coreografia dos dois mostrou sincronia e leveza. Robson, em determinado momento, até fez uma brincadeira paracendo girar no ar. O primeiro setor da escola veio com algumas alas coreografadas. Uma delas significava a constelação.
Ao longo de todo o ensaio, a Mocidade cantou com garra e muito forte. Os 2 mil pintores de Padre Miguel não deixaram em nenhum momento de agitar e brincar, tornando a tarefa dos diretores de harmonia um pouco coadjuvante. As arquibancadas empolgaram e cantaram o samba, interagindo com a verde e branca.
A bateria Não Existe Mais Quente, dos mestres Bereco, Andrezinho e Dudu, fez um espetáculo à parte. Junto com o intérprete Luizinho Andanças, o samba saiu-se bem, incentivando os componentes a cantarem. Só que, quando a mesma iria entrar no segundo recuo de bateria, fez uma manobra inédita. Imagine: a bateria passou direto para entrar "de costas".
Depois deixou a ala das passistas que estava logo atrás passar no meio deles para cobrir o espaço que estava prestes a deixar. No entanto, a manobra não funcionou bem. As alas da frente da bateria foram embora, formando o temido clarão na pista. Uma vez feita a manobra e com a bateria dentro do recuo, as alas que estavam atrás das passistas vieram num ritmo que não condizia com as demais. Ou seja, formou-se buraco atrás também.
Apagão durante o ensaio da Mocidade
Às 22h45, as luzes das arquibancadas da Sapucaí falharam, formando um apagão. Alguém notou algo? Nada, aí que o componente deu mais de si para cantar. A falta de luz, que durou até o final do ensaio da verde e branca de Padre Miguel, foi justificada pelo síndico da Passarela, Machine. Segundo ele, uma equipe da Light estava trabalhando nas imediações para que nada grave ocorresse nos dias dos desfiles oficiais.
O filho do homenageado, João Cândido Portinari, também esteve presente ao segundo ensaio técnico da escola. Quando a Não Existe Mais Quente saiu do segundo recuo, ele não se aguentou e foi sambar ao lado da rainha, Antônia Fontenelle, que estava ao lado do marido, o diretor Marcos Paulo.
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