Vista uma fantasia, tome um cálice de alegria e caia na folia.
A imaginação é uma boa oportunidade para as pessoas aprenderem mais a respeito delas mesmas. Ao longo da história, o Carnaval sempre foi uma forma de denúncia contra aos maus tratos, preconceitos e opressão.
Quando chegava o Carnaval, o povo expressava o seu descontentamento com ironia e gozação, fantasiados de personagens em que queriam denunciar de uma forma zombeteira.
Nos desfiles das escolas de samba, como no teatro, a fantasia é uma arte que mostra uma cena com criatividade para narrar ou explicar um enredo. De modo geral, a fantasia dá vida, aguça a imaginação de quem a veste e de quem assiste ao desfile, atento a tudo.
Um observador inquieto, capaz de captar em detalhes o que a escola propõe dentro do quesito fantasia.
Carnavalescos, estilistas, costureiras, bordadeiras e aderecistas trabalham duro para materializar as cenas que serão compostas por várias alas ou em figurinos especiais que descrevem a ideia central.
Não importa o tema, pode ser folclórico, histórico, lendas, abstrato ou uma ideia pouco convencional. A partir daí, o criador tem a incumbência de apresentar um visual fantástico onde as pessoas que vêem, se deleitam durante o desfile e o visual se transforma em um conjunto mágico de cores, luz e movimento.
Nos dias de hoje, a fantasia carnavalesca, teoricamente popular, tem novas características plásticas que dão um ar especial aos desfiles das escolas.
Antes eram criadas com poucos recursos disponíveis, muito simples, com roupas adaptadas, tingidas e enfeitadas de forma ingênua. As peças eram confeccionadas em cetim decoradas com alguns espelhos ou lantejoulas pregadas espaçadamente nas fantasias dos foliões. Nas cabeças levavam chapéus de palha, alguns forrados com cetim e algumas penas de galinha para dar um visual melhor. Velhos tempos, onde era preciso criar, como dizia um antigo tema apresentado: tira da cabeça o que não tem no bolso.
Com o tempo, foram surgindo novidades, novos tecidos e materiais decorativos para serem aplicados nas roupas. Com isso, os artistas foram evoluindo em suas criações. As fantasias crescem em tamanho e ousadia.
Com as novas formas e volumes e utilizando materiais até então inusitados como o vacum-forming, armações de arames, fios de lantejoulas e tecidos importados, as escolas enriquecem o seu visual e tendo como resultado o gigantismo dos desfiles atual.
Mas como tudo tem seu preço, os custos e o peso das fantasias aumentaram, perdeu-se a espontaneidade dos componentes na busca por um desfile super organizado com as alas encurraladas na passarela.
Infelizmente o visual ficou um pouco padronizado e caro para o componente. Antes um folião, hoje um cliente dos diretores de ala.
O julgamento do quesito fantasia é feito analisando alguns critérios básicos, tais como: A criatividade, a necessidade de buscar em cada criação um novo elemento capaz de surpreender, o que ela representa dentro da contextualização do enredo, o bom gosto na perfeita utilização das cores e aplicação dos materiais, a riqueza em que o visual transmite nos adereços que compõem as peças, enriquecendo o visual do conjunto durante o desfile na passarela, sem esquecer de que uma fantasia
criativa, contextualizada, rica visualmente, perde todo o seu glamour se não tiver um impecável acabamento.
Além de todas as observações anteriores, o julgador necessita um crivo especial para poder perceber a uniformidade nas vestimentas, não podendo aparecer nada que seja diferente entre as diversas fantasias. Todos os detalhes devem ser observados, calçados, meias, shorts, sutiãs, chapéus, óculos etc.
O Carnaval ta aí, a passarela é sua.
Escolha a escola da sua preferência.
Vista a fantasia, incorpore o seu personagem.
Cante, pule e dance com alegria.
Caia na Gandaia!
Bom desfile!
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