A previsão inicial era de que os integrantes da companhia circense chegassem às 11h. Mas o atraso, que não desanimou o seu respeitável público, durou por volta de 45 minutos. No meio do barracão (uma alegoria foi deslocada para o espetáculo), a Fiel Bateria, o intérprete Igor Sorriso e passistas se aqueciam e entretiam a imprensa, que esperava ansiosamente. Até que o grito "Bateria, que rufem os tambores" do eterno carnavalesco Milton Cunha, fez terminar o tempo de espera. Os integrantes do Cirque entraram em cena, mesmo com suas calças jeans e camisas azul turquesa, ao som do esquindô da bateria.
Milton Cunha foi o apresentador do espetáculo. Explicou em inglês ao grupo, que neste momento, virou espectador, sobre o enredo que a Sâo Clemente levará para a Avenida no Carnaval 2012. A plateia riu quando ele apontou a quinta alegoria. O carro tem uma estátua da Liberdade deitada de bumbum de fora. Após a explicação, o apresentador e seu respeitável público percorreram os setores do barracão onde é feito o Carnaval. Algumas perguntas do nível de "quanto custa um carnaval?", "quantas pessoas trabalham no barracão?" e "quantas pessoas comportam cada ala?" foram feitas pelos integrantes. Para o italiano Stevie Bello, a experiência valeu a pena.
"Eu vim pra ver como funciona. Da TV, parece ser muito difícil. Eu sonhava em vir o Rio só para ver. Falo e falei sempre sobre esta festa brasileira para os meus amigos. A Itália ama o Brasil. Todos os italianos querem vir para cá", afirmou.
Depois de conhecerem, as fantasias e terem tempo de analisar alguns tecidos e esculturas, o grupo circense que viaja o mundo todo e possui mais de 23 nacionalidades, tiveram direito a uma aula de samba. Enquanto a aula acontecia, a diretoria da escola providenciou um café da manhã reforçado com frutas brasileiras: melancia, abacaxi, banana.
Quem coordenava o grupo de 48 pessoas era Cintia Clemente. Segundo ela, o Cirque du Soleil possui mais de 200 pessoas. Crianças, adolescentes e adultos estão hospedados num hotel para a temporada carioca.
"O Varekai é uma escola de filhos de artistas e artistas que funciona no Cirque. Este convite foi importante porque o sonho em conhecer o Carnaval brasileiro era para a maioria deles. E a vinda aqui é importante para haver o intercâmbio entre as culturas. É preciso que eles levem a inspiração que eles viram aqui para o palco", explicou.
O mestre de cerimônias Milton Cunha disse que estes diálogos de linguagens são válidos no mundo pós-moderno.
"Há 30 anos, eu vejo o intercâmbio da ópera com o teatro, da música com teatro. E eu não via este diálogo com o samba. No desfile na Sapucaí, é 80% de samba no pé e 20% destas linguagens", afirmou.
Outra integrante do elenco que gostou muito da pequena passagem pela Cidade do Samba foi a figurinista Joe. Para ela, foi um sonho realizado e adoraria desfilar na escola no desfile oficial.
"A gente que trabalha atrás das cortinas de uma das companhias circenses mais famosas do mundo tem um sonho antigo em conhecer o Carnaval do Rio. Eu ficava imaginando como seria desfilar ali. Só não gostaria de desfilar de biquíni (risos)", afirmou.
Se depender do presidente da escola, Renato Almeida, em 2012, o Varekai estará na Avenida.
"Eu estou adorando esta energia que eles trouxeram para a escola e para os componentes. Vou falar para a minha comunidade que eles foram escolhidos pelo Cirque du Soleil. Eles vão se sentir no topo. Se a companhia quiser, vou guardar 40 fantasias para eles desfilarem com a São Clemente", disse.
Ao final da visita, a rua da Gamboa serviu como passarela para o bloco formado por clementianos e cirquenses.
Confira imagens da visita:
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