Essa troca é importante para informar, fazer o universo do carnaval evoluir, e aos poucos mobilizando fazermos em cada comunidade as mudanças importantes para nosso patrimônio cultural, mostrar referências importantes para os jovens que são as futuras gerações de sambistas; não somente falar da história do carnaval, mas também dos atuais participantes da festa, esses jovens artistas do samba, também se tornarão antigos um dia, sairão em velhas guardas futuramente e devemos não somente homenagear o antigo, mas o novo também.
Penso que questionar, procurar conhecimento é sempre engrandecedor; porém julgar é vício infeliz, que em nada acrescenta e nem sempre estamos certos. Devemos tirar a venda dos nossos olhos antes de punir, atirar pedras, as vezes julgamos demais e quando conhecemos as pessoas a fundo, convivendo, mudamos de opinião. Resumindo só se sabe a fundo de um assunto quando se vive, quando está na pele da situação... é sempre bom ter cuidado e evitar julgamentos.
Esse período para mim está muito louco pra ter tempo de escrever, ainda mais q além de Musa da Vila Isabel-RJ, sou Madrinha de Bateria na Vila Maria-SP, e na Argentina, cada agremiação tem suas agendas, e todos sabem q tento ser o mais participativa possível.
Quando uma agremiação acredita em mim, proporcionando oportunidade de trabalhar, investem dando espaço, fantasia, acreditando no meu trabalho... retribuo com participação, arte de sambar, dedicação, vestindo a camisa e divulgando para eles terem o retorno de mídia q certamente facilita em futuros patrocínios, quando uma agremiação é bem divulgada, inteligentemente seu setor de marketing reverte a mídia em dinheiro; isso acontece para os dirigentes inteligentes.
Por isso fui convidada por estas agremiações sem nenhum tipo de negociação financeira, ou coisas ocultas q as vezes acontecem; esse tipo de respeito de uma agremiação com artista do samba é sempre importante ser citado. Todo mérito a Vila Isabel-RJ, Vila Maria-SP, e toda agremiação q tem esta mentalidade e iniciativa, todas as escolas com dirigentes de visão; respeitar o artista do samba é mais importante que o financeiro.
A TV Globo voltou a me convidar para trabalhos após ter feito Faustão domingo, farei mais alguns programas que estou gravando, fora as fotos para matérias, marcando presença vip em eventos para faturar também porque ninguém vive de luz... Até carnaval fora de época de Axé estão me convidando, em breve estarei em Aracaju... enfim.
Mas não vim falar de mim, quero divulgar e falar um pouco mais das rainhas de comunidade, gostaria muito de divulgar todas dos demais grupos de acesso, principalmente aquelas que a imprensa não fala; porém falei com amigos do samba para me ajudarem nessa pesquisa tentando não esquecer de ninguém. Existem muitas excelentes Rainhas escondidas da mídia; essas Rainhas que devem e merecem ser mencionadas; conseguir fotos de todas talvez seja muito difícil, mas tentarei. Aceito ajuda de vocês também, agradeço.
Voltando as Brunas, que são algumas das Rainhas de bateria veteranas; desde de infância freqüentam as quadras de suas agremiações; resumindo são comunidade na veia. Comunidade no Brasil é esta mistura de Raças não só tem negro, tem branco, mulato, pardo, nordestino, caboclo, mameluco... é tudo misturado nessa diversidade de nossa brasilidade, mas todos tem sangue negro!
Existem pessoas que possuem raízes no morro e suas famílias conquistam ascensão profissional, melhoram financeiramente e vão para o asfalto, outros continuam em suas comunidades, mas a origem do morro sua marca, sua negritude sempre continua em sua história de vida, querendo ou não querendo, não se apagam raízes, porque elas são registro de vida com muito orgulho, é a marca de gerações; e todo brasileiro mesmo os aparentemente brancos tem sempre um pé na África e alguma raíz no morro só q tem gente q oculta, ou prefere não comentar.
Aqui estão as Brunas, são uma das poucas rainhas que estão há muitos anos sendo Rainhas de bateria de uma mesma agremiação; ultimamente está cada vez mais difícil manter uma Rainha de bateria em uma mesma agremiação, não por falta de vontade ou desejo; mas por problemas financeiros, políticos e de respeito a artista do samba que vocês sabem muito bem o que acontece nos bastidores.
Há 8 anos à frente dos ritmistas da União da Ilha, do mestre Riquinho. Formada Educação Física e empresária de franquia de clínica de depilação Nascida e Criada na Portuguesa da Ilha do Governador, desde pequena freqüenta a quadra.
Bruna Bruno tem 28 anos, este ano ficou emocionada ao receber a coroa das mãos do presidente da agremiação, Ney Filardis. "É sempre especial. É sinal de que estou realizando um bom trabalho. É o reconhecimento, já que não sou famosa, não sou atriz, e continuo como Rainha. É a comunidade que impõe o respeito", avalia Bruna, que era só alegria. Antes de ser rainha, Bruna desfilava como musa da escola.
"Eu cresci ouvindo o samba. Sou da comunidade e aprendi a sambar ainda pequena. Desde pequena eu tive esse fascínio pelo carnaval. Meus pais não são do samba, então sempre que eu pedia à minha mãe para me levar à quadra, ela dizia: ‘vai desfilar se tirar boa nota’. Hoje eu não me vejo fora desse meio, me encontrei na Ilha", diz Bruna Bruno.
Rainha dedicada, ela diz que faz questão de participar de todos os eventos importantes da escola: "Todos os eventos importantes que têm, eu participo. Esse ano a escola deu doce no dia de São Cosme e Damião. Eu também ajudei, tem doação de todo mundo da escola, e ver o sorriso das crianças é a melhor recompensa", disse a rainha.
Esta grande escola que também fez parte da minha vida, foi meu laboratório do samba, aprendi muito. Poucos sabem, mas comecei sendo passista da União da Ilha em 2000, na época em que a Ketula, ex-Rainha da Porto da Pedra também era passista; no mesmo período quando comecei na Tv no SBT dançando no programa da Carla Perez, o "Canta e Dança Minha Gente", qd intérprete era Wander Pires... faz tempo ...tudo começou comconvite de um amigo do meu pai que continua diretor da escola o Marcelo Careca; e em 2001 de ultima hora fui Rainha da bateria da União da Ilha, por incrível q pareça de um dia para o outro, a Rainha teve problema, o presidente da época me ligou e fui no susto mais delicioso e maravilhoso da minha vida. Belo presente!
Isso foi bem antes da minha maravilhosa história com o Império Serrano que começou em 2003 após ter ficado conhecida nas vinhetas de carnaval da Rede Globo.
Bruna Almeida reina nada mais, nada menos que há 13 anos seguidos como Rainha de Bateria, ao comando de Mestre Caliquinho não é pouca coisa. Ela é recepcionista, seu avô foi um dos fundadores da escola de Botafogo, na Zona Sul, ela é sobrinha do presidente. Hoje com 27 anos a loira participa do carnaval da agremiação desde que se entende por gente.
Este ano a São Clemente comemora 50 anos de samba levando a história dos musicais para a Marquês de Sapucaí. Em homenagem ao enredo Bruna Almeida vai arriscar passos de valsa ao som de violino a frente da bateria, ela disse:
"Só posso dizer por enquanto que o público vai se surpreender com a São Clemente. A gente brinca um pouco durante o refrão, quando tem uma paradinha e entra o violino sozinho. Nessa hora farei um passos mais suaves, lembrando a valsa, o clássico. Estamos ensaiando muito, inclusive com o violinista e a bateria, em compassos diferenciados, para dança conforme a música".
Foi assim, de pai para filho, que Bruna Almeida chegou ao posto de rainha da agremiação. Quando questionada se isso acabou influenciando a escolha, ela afirma que a rainha tem que ser da comunidade ou da família. Aliás, a loira acredita que o fato da escola ter sido comandada pelo mesmo DNA, ano após ano, mostra o lado "mãezona" da agremiação.
"O sonho do meu avô era que sempre alguém da família desse continuidade aos trabalhos da escola. Tudo foi construído com o nosso suor e trabalho. Isso é importante, porque não mostra só o lado família, mas também a união na comunidade. Um modo diferencial das outras escolas, o pai foi o fundador e os filhos foram assumindo, mantendo-a sempre firme e forte", declarou ela.
A loira confessa que foi criticada no início da carreira como rainha pelo fato de ser sobrinha do presidente, mas ressaltou que esse não foi o único motivo que a levou ao posto.
"Não veio de graça. Eu sempre estive presente nos ensaios e conheço todos da comunidade. A gente viaja junto, ensaia e dá o sangue pela escola. A São Clemente é hoje a minha vida", completou.
"Para ser uma boa rainha de bateria é preciso estar sempre presente como estou. Se falto a algum treino, é porque estou doente. A rainha tem que participar de tudo e ter sintonia com as outras pessoas da escola. Tem que saber lidar com todos’, contou ela, afirmando que existe uma grande diferença entre as rainhas de bateria e uma musa.
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