Nos dias atuais, as comissões de frente se tornaram um espetáculo à
parte do desfile das escolas de samba. Muitos críticos e os amantes do
carnaval chegam a cogitar que as comissões impactantes são capazes até
de garantir um campeonato. Neste domingo, começam os ensaios técnicos e,
com isso, voltará esse tipo de questionamento. A imprensa conversou com os coreógrafos das comissões da Unidos da Tijuca, Vila
Isabel e Salgueiro para saber o que eles pensam dos ensaios que
antecedem os desfiles. O que fazer e o que não fazer durante os ensaios.
Com
a coreografia praticamente montada, ensaio no palco do espetáculo é
visto com bons olhos por todos os coreógrafos. Tida como a última
comissão que mais impactou o Sambódromo, em 2010. Priscila, coreógrafa
da Unidos da Tijuca, falou da importância de se levar a comissão de
frente para os ensaios e de se realizar a coreografia oficial:
- A comissão de frente faz parte do desfile, e o público quer ver a
comissão, então a gente prepara algo especial para levar para quem está
presente na Avenida. É mais um momento que conseguimos reunir todo
mundo. O que estamos preparando para o desfile só fica impactante se for
inédito. Se queimarmos algo do desfile antes, vai perder o impacto.
Rodrigo, que faz parte juntamente com a Priscila na comissão,
aproveitou para afirmar a importância da participação nos ensaios:
-
O desfile é um todo e a comissão precisa estar presente, até porque o
andamento começa pela comissão. É importante para os componentes
conhecerem o palco e também a questão do tempo, que fazemos igual,
usando uma coreografia diferente nos ensaios. Qualquer coisa que é feita
no ensaio, vai repercutir. Então acredito que quebra a magia. Ao mesmo
tempo, acho que seria importante trazer algo para esse público, mas não a
coreografia oficial.
Já para Hélio Bejani, que esta à frente da comissão do Salgueiro desde
2008, o público que vai acompanhar os ensaios merecem ver “quase” toda a
coreografia:
- Eu faço praticamente a coreografia oficial. Esses ensaios são para
testarmos principalmente a evolução. Desde que comecei, não abro mão
disso. Só não temos como levar figurino e alegoria. Não podemos esquecer
que é uma competição, não entre as comissões, e sim das agremiações.
Quem também falou sobre a importância da comissão nos ensaios técnicos foi o coreógrafo da Vila Isabel, Marcelo Missalidis:
- É a hora de concentrar e também de entrar no clima. As vezes
renovamos o elenco, o que é natural. A gente sempre faz uma apresentação
que tenha a característica do trabalho. As vezes não levamos a
coreografia porque não temos como ir com tudo que o trabalho pede.
Muitos desses frequentadores de ensaios técnicos não comparecem ao
desfile oficial. Por isso, o casal de coreógrafos da Tijuca espera
retribuir o carinho que vem recebendo fazendo uma coreografia especial
para o público:
- Não podemos passar dando tchauzinho e batendo palma, já criamos algo
especial para o ensaio – disse Priscila. - A gente guarda a nossa
coreografia, mas sabemos que o público que está na Avenida no ensaio é
um público diferente do desfile, então temos a obrigação de brindá-los
também – finalizou Rodrigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário