Sem ignorar o clima de apreensão que permeia o projeto de todo carnavalesco, Paulo Menezes defende a noção de trabalho em equipe como fator diferencial para o sucesso de um desfile. "Sou parte de uma engrenagem. Cabe a mim ser responsável pela plástica, pela ideia e o desenvolvimento narrativo. Portanto, as coisas não dependem só de mim", argumenta.
Ainda impossibilitada de usar a capacidade total de produção de seu espaço na Cidade do Samba, devido ao incêndio ocorrido no dia 7 de fevereiro, a Portela realiza a produção de figurinos e esculturas em espaços alugados e também nas tendas que foram instaladas após o incidente.
O resgate da escola, porém, não virá das cinzas. Terá sua origem numa Bahia multicor que Paulo Menezes narrou na sinopse de enredo. Com a licença poética de inserir Clara Nunes como a anfitriã desta história, o carnavalesco define o significado deste trabalho.
"O enredo é um presente da escola para todos os portelenses. Não falamos da Clara exatamente da maneira que eles queriam, mas contaremos uma história de muita emoção. Energia, vibração e positividade é o que a Bahia oferece ao nosso desfile.
- Leia a sinopse de enredo da Portela
Além de sincretismos religiosos, o enredo "...E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual" vai englobar também as festividades da música, que não deixam de estar interligadas a fé. Cantoras como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e os grupos Ilê Aiyê e Filhos de Gandi já foram convidados pela Portela para trazer o irrecusável axé para o desfile.
Porém, esses artistas estão tentando ajustar os horários nas respectivas agendas profissionais para conciliar um possível desfile na Sapucaí com o comando do Carnaval de Salvador. Para que tudo siga da mesma forma que o cronograma da Portela, cabe retirar uma frase de Paulo Menezes do contexto: "Que o Senhor do Bonfim nos abençoe".
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