Com grande parte das escolas em efervescência pelas eliminatórias percebemos que o carnaval de 2012 há de reservar bastantes surpresas, me perdoem a utilização da temática do enredo da Grande Rio, surpresas amplamente ligadas à superação, Existe a situação dos barracões para ser resolvida, a passarela do samba permanece em obras de ampliação, temos 13 escolas no grupo especial com a projeção de duas quedas para o grupo A, mas também soa com extremo bom gosto a escolhas dos enredos e os primeiros sambas concorrentes disponibilizados possibilitam vislumbrar a superação através do samba, a trilha sonora dos desfiles.
Quando comecei no samba nos longínquos preparativos para o carnaval de 1989 dizia-se que um bom samba seria no mínimo 50% para um grande desfile ao conduzir uma boa harmonia de vozes, abastecer a bateria e contribuir para uma boa evolução dos componentes, com o passar do tempo e a "espetacularização" do carnaval essa importância caiu bastante, porém de alguns anos para cá observo um movimento de retorno as origens, algo até então tímido, mas animador e isso passa pelo entendimento dos dirigentes de que um samba mal escolhido pode levar o trabalho de um ano ao fracasso e as notas refletem essa escolha.
Nos fóruns as discussões a cerca dos sambas concorrentes continuam de forma acalorada, às vezes agressiva, às vezes desrespeitosa, alguns torcedores se excedem em sua defesa ao samba do amigo, chegam ao ponto de achar que o samba do amigo é sempre o melhor em qualquer ano, enredo ou escola e isso é até natural do torcedor, mas sabemos que ninguém, nem mesmo o amigo compositor vai ser sempre o melhor ou ao menos tão bom que não haja um ou outro concorrente em condições de enfrentá-lo. Eu torço pelo meu time em qualquer situação, campeonato de bola de gude inclusive, mas sei que meu time não é melhor que o Barcelona, até gostaria, mas não é. Por enquanto ficamos na expectativa de que outubro traga boas novas, grandes sambas e grandes discussões, é bom salientar que uma safra de grandes sambas, assim como tem este ano a Imperatriz Leopoldinense, não é o fim primordial da disputa, toda escola precisa sim de um grande samba, às vezes vencedor de uma safra maravilhosa, às vezes filho único de uma disputa desnivelada, mas acima de tudo um grande samba.
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