No caso da Imperatriz Leopoldinense, o diretor de Carnaval Wagner Araújo afirma que a escola considerou a facilidade de carnavalizar o cotidiano do escritor Jorge Amado como fator de escolha do enredo. "A vida dele é extremamente carnavalesca. Ele falava do povo, havia muita cor e aspectos regionalistas nas suas descrições literárias e, acima de tudo, ele é uma figura nacional e internacional", defende.

"Os enredos nacionais têm mais facilidade de identificação com o componente, pois trazem elementos com os quais a população convive de forma próxima", destaca.
Segundo Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, o desejo de trazer o saudoso Luiz Gonzaga para a Avenida não é recente. "Já tínhamos essa ideia desde o ano passado e aproveitamos a oportunidade em que ele faria 100 anos se estivesse vivo", revela.
Sobre a natureza do enredo, Horta afirma que não será uma narrativa biográfica e que, desde o início do trabalho de concepção do Carnaval, a ordem era fugir do lugar comum.
"Não vamos falar apenas da vida do Luiz Gonzaga. A direção do nosso enredo é falar da riqueza do povo pernambucano, utilizando a figura dele como fio condutor da história", conta.

"A demonstração do desejo dele me motivou. Havia momentos em que o Louzada se emocionava muito ao falar do Portinari e o quanto a história deste importante artista poderia render o campeonato à escola", ressalta.
Paulo Vianna cita como elemento de identificação do enredo com os componentes a determinação.
"O fato do Portinari ser um exemplo de brasileiro que se consagrou com sua arte fez os torcedores abraçarem o enredo. Mesmo antes de escolhermos, eu via nas redes sociais que as pessoas demonstravam a preferência pela ideia da Mocidade celebrar este pintor", explica com entusiasmo.
A partir do interesse do próprio homenageado em ter sua vida transformada em Carnaval pela Renascer de Jacarepaguá, o presidente Salomão logo enviou dirigentes aos Estados Unidos para conversar com o artista plástico Romero Britto.
Além de colorir a Passarela com as referências à obra do pernambucano, Salomão pretende manter os traços de seu novo parceiro na escola.
"Nossa relação não é comercial, é cultural. Eu já disse ao Romero que pretendo fazer história na Renascer e quero que ele faça parte dessa trajetória e participe da escola nos próximos carnavais", evidencia Salomão, que aponta a empatia imediata entre o artista e a comunidade como componente de sucesso para a estreia da agremiação no Grupo Especial.
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