quinta-feira, 23 de junho de 2011

matéria: OS MAIORES INTÉRPRETES DO CARNAVAL CARIOCA.

                              JORGE GOULART





Nome Completo: Jorge Neves Bastos


        Ano de nascimento: 1926 
     






Uma das figuras mais importantes da música popular brasileira, por sua militância em divulgá-la no exterior e por seu incentivo aos compositores e sambistas das classes mais populares, que dificilmente conseguiam espaço na mídia para divulgarem seus sambas. Jorge Goulart foi, também, o primeiro cantor de rádio a puxar um samba no carnaval. 
Jorge Goulart começou sua carreira de cantor como crooner, em 1943, apresentando-se em casas noturnas do Rio de Janeiro, os famosos "dancings". Pertenceu ao “cast” das rádios Tupi e Nacional. Dono de uma grande voz, foi apelidado pelo apresentador e radialista César de Alencar de Boca de Caçapa, pela sua incrível extensão vocal e pela atitude que assumia ao interpretar. Atuou em diversos filmes – as famosas “chanchadas” da Atlântida, como “Aviso aos navegantes” – e gravou incontáveis marchinhas carnavalescas, juninas e natalinas, além de sambas, sambas-canções e valsas. Gravou também para o público infantil e lançou em disco os hinos compostos por Lamartine Babo para os clubes de futebol do Rio de Janeiro.
Na década de 50, gravou o LP “Brasil em ritmo de samba”, intrerpretando entre outros “Brasil moreno”, de Ary Barroso e Luiz Peixoto, “Canta Brasil”, de David Nasser e Alcyr Pires Vermelho, “Isso aqui o que é?” e “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Numa época em que a maioria dos sambistas de morro era vista com certa indiferença, destacou-se como um dos grandes divulgadores das músicas de sambistas de escolas de samba, como Zé Kéti, Candeia, Silas de Oliveira e Elton Medeiros. “Essa gente não tinha oportunidade no rádio e nos discos”, declarou ele em entrevista. O primeiro desses sambas a lhe render grande sucesso foi “A voz o morro”, de Zé Kéti, gravado em 1955 – também tema do filme “Rio 40 Graus”, no qual também participou.  
Nas décadas de 50 e 60, junto com sua companheira, a também cantora Nora Ney, Jorge Goulart excursionou para a União Soviética, China e países do Leste Europeu. Interpretou clássicos absolutos do carnaval carioca, como “A cabeleira do Zezé”, “Joga a chave, meu amor” e “Ride, palhaço”, entre vários outros. Em 1965, para o carnaval do Quarto Centenário da cidade do Rio de Janeiro, Silas de Oliveira, Dona Ivone Lara e Bacalhau, compuseram para o Império Serrano o samba “Cinco bailes da história do Rio”. Segundo o cantor, “Silas fez um samba-enredo contando em cinco partes o final do Império com o baile da Ilha Fiscal. Era um samba difícil de cantar, a terceira parte era muito alta, daí o Silas mandou me chamar. Era a primeira vez que um cantor de rádio puxou uma escola de samba.” E realmente, Jorge Goulart puxou a Império Serrano não só naquele, mas também nos carnavais dos três anos seguintes: “Glórias e graças da Bahia”, “São Paulo, chapadão de glórias” e “Pernambuco Leão do Norte”. O cantor também conduziu as escolas Imperatriz Leopoldinense em 1975 (“A morte da porta-estandarte”), e a Unidos de Vila Isabel em 1977 (“Ai, que saudades que eu tenho”). 
 Pois este cantor, que abrilhantaria a discografia de qualquer nação do mundo, em 1983 sofreu o pior dos golpes para um homem de sua profissão: devido a um câncer, Jorge Goulart teve suas cordas vocais extirpadas e teve de reaprender a falar, por meio do esôfago. Em 2003, sua velha companheira por 52 anos Nora Ney morreu, vítima de falência múltipla de órgãos, após longo sofrimento. Em janeiro de 2004, o jornal O Pasquim 21 publicou entrevista sua na qual Jorge Goulart contou detalhes de sua vida e carreira.



Primeiro ano como intérprete: 1965 (Império Serrano).
1965 a 1968: Império Serrano
1975: Imperatriz Leopoldinense
1977: Unidos de Vila Isabel
 
DISCOGRAFIA:
 
Lançou dezenas de discos de 78 rpm, compactos e LPs. Entre eles, destacam-se:
 
- A Volta/Paciência, coração (1945)
- Noites de junho/São João (1949)
- Miss Mangueira/Balzaquiana (1950)
- Ai! Gegê (1950)
- Brasil em ritmo de samba (1955)
- Em tempo de samba (1959)
- Jubileu de prata - Jorge Goulart e Nora Ney (1977)
- Oh! As marchinhas – Emilinha Borba e Jorge Goulart (1981)
- Amor, meu grande amor – Nora Ney & Jorge Goulart (2000, em CD)



MAIS FOTOS DE JORGE GOULART


Com a esposa, a também cantora Nora Ney, falecida em 2002

Com Neguinho da Beija-Flor

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