domingo, 8 de maio de 2011

o prêmio destaque da semana vai para: O BLOG "ESTAÇÃO PRIMEIRA DO SAMBA".


Pipas, Balões e Poesias



Linha, palitos, papel
Juntos, a colorir o céu!
“Hoje tem fogueira, viva São João”
Junto às estrelas, brilha o balão.
E se os dias são ensolarados
Pipas a bailar com todo seu gingado.
Linhas escritas num pedaço de papel
Por vezes saídas da grafite de um palito
“Bela época, quando o poeta floresceu”
A nos contar ahistória do infinito
E no reino dos castelos de madeira
“Ele é o rei na verde e rosa da Mangueira”

Hélio Rodrigues Neves, nascido no Grajaú. Com seis meses de vida mudou-se para o Morro da Mangueira onde vive até hoje. Seus dons logo se manifestaram com a imensa habilidade em confeccionar pipas e balões, que faziam a alegria de todos e poderia ser só isso, não fosse uma obra do acaso, daqueles que só acontecem para quem o acaso é apenas uma questão de tempo. À procura de Jorge “Pelado”, para encomendar-lhe um colchão de molas, foi parar na quadra da Mangueira, justamente no dia em que a ala dos compositores estava reunida para criar sua diretoria. E lá estavam Carlos Cachaça, Cartola, Jurandir, Nelson Sargento e tantos outros mas em meio a tanta confusão, partiu do “Pelado” a solução, num tom de profecia: “- Coloca o Hélio!”.
O ano era 1957, e assim, o Hélio “Turco”, que ganhara o apelido porque era sobrinho do Jorge de mesmo sobrenome, de quem herdou o armarinho, foi compondo, compondo, compondo... E foi vencendo, vencendo, vencendo. E não por acaso, é o maior vencedor de sambas-enredo da história da Mangueira, celeiro de tantos bambas! São 16 vitórias, fora as duas na escola mirim, a Mangueira do Amanhã!
E o acaso, que foi tão conivente com ele, ainda lhe presenteou com o reconhecimento público de obras-primas do gênero! E mesmo os mais leigos conhecemalguns de seus versos. Como esse:
“Sinhá Olímpia,
Quem é você?
Sou amor, sou esperança,
Sou Mangueira até morrer!”
(“E deu a louca no barroco” – 1990)
Ou desse, o primeiro samba-enredo a ficar conhecido no Brasil inteiro:
“E assim...
Neste cenário de real valor
Eis o mundo encantado
Que Monteiro Lobato criou”
(“O mundo encantado de Monteiro Lobato – 1967)
Ou ainda o samba cujo refrão foi considerado o melhor da história dos sambas-enredo:
“O negro samba, o negro joga capoeira,
Ele é o rei na verde e rosa da Mangueira”
(“Cem anos de liberdade: realidade ou ilusão? – 1988)
E aquele que foi eleito em pesquisa popular do “Jornal dos Sports” e da “Rádio 94 FM” como o melhor samba-enredo do século passado:
“É no balancê, balancê,
eu quero ver balançar,
é no balanço que a Mangueira vai passar...”
(“Yes, nós temos Braguinha” – 1984)
HÉLIO TURCO, após anos de afastamento da ala dos compositores, voltou à atividade em 2010. Foi finalista dos dois concursos de samba-enredo da Mangueira desde então e é atualmente o PRESIDENTE DE HONRA DA ALA DOS COMPOSITORES.

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