Um de seus primeiros grandes sucessos, a música - o Surdo - não por acaso, é também o principal símbolo daquela que seria a escola de samba de seu coração, a Estação Primeira de Mangueira. Além de seu legado musical, a Marrom tem deixado importantes contribuições para a cidade do Rio de Janeiro, onde fundou o Pagodão, bloco que fez grande sucesso no Carnaval carioca. Seus agitos culturais não pararam por aí. A ela, podemos atribuir o crescimento do que podemos considerar um dos maiores meios de transmissão de nossa identidade cultural: as escolas de samba mirins, com a fundação da Mangueira do Amanhã, sob a bênção de Tio Jair, Dona Zica e Dona Neuma. Escola, que enquanto esteve sob sua batuta, não se restringia apenas à prática do samba, era também um espaço de convivência, de orientação pedagógica, de práticas preventivas de saúde e solidariedade.
Aos que desfrutam de seu convívio, sabem que materializar sonhos também faz parte de suas vicissitudes. Foi ela quem fez surgir nas comunidades o baile das debutantes, oportunizando às meninas da Mangueira ter um dia de cinderela. Esta era, sem dúvida, uma das festas mais bonitas do calendário social da Verde e Rosa. Tão grande quanto seu potencial como cantora, uma das maiores de nosso país, é seu coração. Esta semana, conversando com a Marrom sobre o papel social e político das escolas de samba, ela apresentou seu mais novo projeto - a criação da Ala de Direitos Humanos, que pretende criar na Estação Primeira de Mangueira para o próximo Carnaval. Para ela "a escola de samba nunca foi só um meio de diversão, e sim um meio de divulgação da cultura de nosso país e agora, mais ainda, deve abrir espaço para o exercício pleno da cidadania do nosso povo".
Vamos torcer, vamos acompanhar.
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