terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Rio que mora no coração de cada salgueirense


No ano em que a escola leva para a Marquês de Sapucaí a cidade como set de filmagem, integrantes da Vermelha e Branca escolhem, em seus bairros, cenários cariocas perfeitos


‘O cenário é perfeito’, já diz a letra do samba. Seja na Barra, Tijuca, Recreio, Andaraí ou Ilha, embalados no enredo de 2011 (‘Salgueiro apresenta: o Rio no Cinema’), protagonistas do desfile de 2011 da Vermelha e Branca elegeram seus recantos preferidos na Cidade Maravilhosa, que na Sapucaí será mostrada pela agremiação como o ‘set de filmagens’ ideal. Ninguém foi longe, escolhendo nos bairros onde vivem os lugares dignos do Oscar.

Nascido e criado na Ilha do Governador, o intérprete Quinho, 53 anos, não titubeou ao apontar as mesas de carteado da Rua Magno Martins, na Freguesia. “Não dispenso as partidas de buraco com amigos. Venho pra cá relaxar, conversar fiado, tomar minha cervejinha e fumar uns charutos com a rapaziada”, brinca.

Quinho bate ponto no carteado há 20 anos e melhorou até a ‘infraestrutura’ do local para o conforto dos jogadores. “Pedi autorização ao subprefeito da Ilha para colocar mesinhas e banquinhos de concreto e cobrimos com uma lona para proteger do sol e da chuva. Não troco a Ilha por lugar nenhum do Rio. O bairro ainda conserva o clima de cidade do interior, todo mundo se conhece”, diz.
Quinho pediu até autorização para instalar as mesinhas de carteado
Cria do Morro do Salgueiro, o diretor de bateria Marcão se mudou para o Engenho Novo há quatro meses, mas manteve as atividades na Tijuca, bairro pelo qual se declara apaixonado. “Embora goste do Engenho Novo, é na Tijuca que me sinto em casa. Resolvo tudo aqui”, conta o mestre, que elegeu a Praça Vanhargem — popularmente conhecida como Baixo Tijuca — seu ‘point’.

“O clima de descontração dos bares é fantástico. Em dia de clássicos no futebol é uma festa. Acabo unindo lazer e trabalho”, conclui o músico, que toca semanalmente na choperia ‘Buxixo’. Intérprete do lendário Madame Satã no desfile salgueirense, o coreógrafo Carlos Borges, o Carlinhos do Salgueiro, prefere lanches reforçados de uma lanchonete do Andaraí, onde mora, à boemia da Lapa. “Diferente de Madame Satã, estou avesso às baladas. Meu point tem sido a sanduicheria Carioca. Depois dos ensaios na quadra, já de madrugada, venho com amigos. Tenho mesinha cativa”, conta.

Inspiração e tranquilidade no verde da Zona Oeste


Responsável pela plástica do desfile do Salgueiro, junto com o marido Renato Lage, a carnavalesca Márcia Lage mora na Barra da Tijuca há 19 anos. Para elaborar fantasias e alegorias que encantam a Sapucaí, ela busca inspiração no colorido das flores da ‘Chácara Tropical’, loja especializada em paisagismo e jardinagem, no Itanhangá.

“Desde que vim morar na Barra, há 19 anos, virei frequentadora da Chácara. Pelo menos duas vezes no mês venho aqui. Fico horas passeando entre as flores. Adoro o colorido e o cheiro de plantas. Essa exuberância natural estará na parte do desfile que lembra o filme ‘Voando para o Rio’(1933)”, explica Márcia, que cultiva orquídeas e temperos. “As orquídeas são maravilhosas, sempre que venho aqui levo uma. Também adoro os bonsais, mas como exigem dedicação não me atrevo a levar para casa”.

Vizinha de Márcia, a rainha da bateria Viviane Araújo, que mora no Recreio dos Bandeirantes, elege a tranquilidade do bairro como cenário ideal. “Quando não estou trabalhando, gosto de ficar em casa bem tranquila. O Recreio proporciona isso por ser um bairro muito residencial, com casas e prédios baixos”, elogia Viviane, que se mudou para o Recreio em 2001.

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