quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Max Lopes prepara uma 'nova' Imperatriz

Foto: Vicente AlmeidaA Imperatriz Leopoldinense ganhou fama por seu uma escola extremamente técnica em seus quesitos. Essa competência para executar itens básicos rendeu a escola cinco títulos entre 1995 e 2001. Mesmo com tantas glórias a escola enfrenta um jejum que já dura dez anos. Para voltar aos tempos de glória, o carnavalesco Max Lopes, que foi campeão na escola de Ramos em 89, com o inesquecível "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós", desenvolveu um enredo para falar da história da medicina.

Depois dos problemas enfrentados no carnaval do ano passado, Max quer virar a página e colocar uma escola que os componentes possam brincar na avenida. A história começa a ser contada na África. Logo atrás da comissão de frente, o casal de mestre-sala e porta-bandeira representará o "ritual de magia" praticado pelos africanos. O jovem Phelipe Lemos será o "curandeiro" e Rafaela Teodoro a "magia africana".

Uma das soluções mais interessantes do barracão está no carro abre-alas. A coroa, símbolo da escola, é formada por grandes chifres de antílopes. Como o primeiro setor versa sobre a África a sacada do carnavalesco foi muito inteligente. A primeira alegoria traz o símbolo da agremiação com grande cuidado na decoração, que é toda feita em tons de marrom. Este setor pretende passar ao público toda importância que o continente africano teve no desenvolvimento da medicina como forma de cura do ser humano.

- A coroa terá um tratamento inteiramente afro. Ela é formada pelos chifres dos antílopes que é um dos animais mais famosos do continente. Os chifres representam os animais, muitas vezes esquecidos - afirmou Max Lopes.

A Imperatriz levará três tripés para a avenida. O curioso é que todos eles estão no mesmo setor, entre o abre-alas e o segundo carro. O primeiro tripé que aparece é o que cita a cura dos hindus. Em seguida é a vez dos "deuses da Mesopotâmia" e por fim os "médicos taoístas", esse último, pintado em azul e branco, prima pela expressão facial das esculturas.

A viagem através da história prossegue e no segundo carro as "pragas dos céus" invadem a avenida. Nesta parte estão as baianas de Ramos que representarão os "banhos e poções para relaxar". O enredo é muito variado e passa por épocas diversas e regiões das mais variadas. Esse setor trata da medicina na Grécia, onde se acreditava que a figura mitológica do centauro é que indicava o caminho da cura para os deuses e para os homens.

- O carro da Grécia acho que é meu grande xodó. O processo de montagem dessa alegoria foi totalmente diferenciado. Na parte da frente teremos os centauros, como se estivessem puxando a alegoria. Na composição dela teremos uma grande esfinge. Tenho impressão que é o carro que causará mais impacto no público e no júri - contou o carnavalesco.

Representando uma época em que tudo que procurava curar era considerado bruxaria. O quarto setor da escola cita a toda a opulência da Idade Média. Apesar de ser uma época muito rica, a idade medieval deixou a medicina relegada quase ao ostracismo. A rainha de bateria Luiza Brunet reinará utilizando a fantasia de "pedra filosofal". Já os ritmistas, fantasiados com uma roupa em tons de roxo e dourado, com capuz na cabeça e que lhes permitam a mobilidade necessária para segurar o ritmo da escola, ainda tem detalhes como uma verruga de silicone especialmente produzida para os integrantes da bateria.

O carnavalesco deixou de lado a densidade do enredo e nos últimos setores procurou mostrar as mazelas da saúde com muito bom humor. Uma das alegorias terá as doenças que nos acostumamos a conviver nos últimos anos como a gripe aviária, a vaca louca, a gripe suína, a dengue, entre outras. É neste mesmo setor que está a homenagem a nomes importantes de nossa ciência médica como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Vital Brazil, Ivo Pitanguy. Outro bom exemplo de como a escola soube misturar um tema tão denso com bom humor é a fantasia das baianinhas. As jovens serão remédios genéricos dentro da concepção de enredo criada pelo carnavalesco.

O último setor da verde e branco presta uma homenagem ao carnaval. O carro "Carnaval: o remédio pra curar a minha dor" reproduz a Fundação Oswaldo Cruz na parte de trás. As famosas torres da Fiocruz estão reproduzidas de maneira bastante interessante. A coroa aparece novamente na parte frontal, desta vez pairando sobre a representação de diversos barracos que estilizam as favelas do Complexo do Alemão, que de acordo com Max não poderiam ficar de fora.

É justamente nessa alegoria que estará a ex porta-bandeira Maria Helena. A senhora que ficou famosa por colecionar notas dez dançando ao lado do filho Chiquinho, formará novamente o par para rodopiar com o pavilhão da Imperatriz, mostrando-se como exemplo maior que o samba faz muito bem à saúde.

ORGANOGRAMA

Comissão de Frente

Casal de mestre-sala e porta-bandeira: "Ritual de magia"

Setor 1: "África, berço da cura"

Tripé 1: "A cura Hindu"

Tripé 2: "Deuses da Mesopotâmia"

Tripé 3: "Médicos taoístas"

Setor 2: "A praga dos céus"

Baianas: Banhos e poções pra relaxar

Setor 3: "O tempo da sabedoria"

2° Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Opulência da Idade Média

Rainha de bateria: Pedra filosofal

Bateria: Os alquimistas

Passistas Os enfermeiros dos hospitais do espírito santo

Setor 4: "A sombra medieval"

Setor 5: "A cúpula das luzes"

Setor 6: "A medicina moderna"

Baianinhas: Genéricos

Setor 7: "Carnaval: O remédio pra curar a minha dor"

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