terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Jurado mais antigo do Grupo Especial pede ousadia e criatividade para as escolas

Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Ilclemar Nunes é jurado há 27 anos
Rio - Na história do Sambódromo, ninguém atuou mais vezes no corpo de jurados do que Ilclemar Nunes. Aos 69 anos, o diretor de teatro e roteirista de TV que julga há 27 anos, se considera "rígido, mas amigo das escolas" ao mesmo tempo. Começou avaliando enredo, em 1984, na inauguração da Passarela do Samba, mas logo no ano seguinte passou a ser um dos responsáveis pelo quesito mestre-sala e porta-bandeira.

Do alto de sua experiência, Ilclemar pede que as escolas procurem sempre primar pela ousadia e pela criatividade. "O segredo de um bom julgamento é não ver o nome da escola. Quero sempre que os casais de mestre-sala e porta-bandeira melhorem a cada ano e por isso acho que eles devem procurar a ousadia e a inovação. É muito ruim tirar ponto de qualquer pessoa, mas nossa função é essa. Sei que todos sabem dançar muito bem, mas na hora sempre tem alguma coisa que pode atrapalhar. Os casais têm que ser criativos, pois eles incorporam personagens dentro dos enredos", explica o veterano.

Para Ilclemar, os sambistas devem sempre buscar uma novidade. "Os casais de mestre-sala e porta-bandeira fazem parte de uma performance dramática feita pela escola. Nunca fui conservador e por isso acho que eles podem e devem, se precisarem, receber aulas e conselhos de profissionais da dança. Estamos no século XXI e o Carnaval precisa acompanhar a modernidade", opina.

Por causa do incêndio na Cidade do Samba, que fez com que Grande Rio, Portela e Ilha não sejam julgadas, Ilclemar acredita que o desfile de 2011 será diferente. "O Carnaval nunca mais será o mesmo. Quem não for julgado, vai querer entrar com todo o gás. Por isso o elemento humano será mais importante do que nunca e isso vai fazer a diferença daqui para frente", acrescenta.

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