Um carnaval artesanal, assim é possível definir o que o Império da Tijuca mostrará na Marquês de Sapucaí no sábado do Grupo de Acesso A. O carnavalesco Severo Luzardo prepara um misto dos carnavais existentes no Brasil e no mundo para contar o tema da agremiação do Morro da Formiga em 2011.
- Trabalho com temas que possam ficar como discussão após o fim do Carnaval. Daí a ideia do enredo "O mundo em Carnaval: um olhar sobre a cultura dos Povos. O giro maravilhoso, alegre e envolvente de nossa coroa imperial dará o tom numa viagem pelas manifestações artísticas carnavalescas, mostrando que no mundo todo tem Carnaval e o Carnaval do mundo todo estará representado alegoricamente neste nosso desfile, reverenciando a diversidade da cultura dos povos com a qual nos vestiremos para encantar a Sapucaí - explica o carnavalesco.
1º Setor - O combate entre o Carnaval e a Quaresma
O início do desfile do Império da Tijuca começará junto com o início da história Carnaval, a partir da definição do calendário imposto pela igreja católica que determinou à população a proibição dos prazeres mundanos durante quarenta dias, a quaresma, em referência aos dias de penitência de Cristo no deserto, para dedicarem-se somente à reflexão espiritual. A comissão de frente mostrará o combate entre o Sr Carnaval e a Dona Quaresma e contará com três pontos curiosos: coreografia de Renata Monier (parcialmente sem audição e visão por conta de uma meningite grave), figurinos preparados pela premiada figurinista de teatro Suely Gerard e elemento cenográfico elaborado por Tadeu Catarino.
O carro abre-alas retratará um lugar de excessos onde sempre é Carnaval. Será uma terra imaginária na qual seus habitantes tinham fartura de comida e bebida além da tão desejada eterna juventude. Será a retratação da pintura do quadro de Pieter Bruegel.
- Até hoje o imaginário de desregramento e abundância dos prazeres da Terra da Cocanha está presente nas celebrações carnavalescas de diversas cidades no mundo inteiro. Este lugar fantasioso e a imagem alegórica do Combate da Dona Quaresma contra o Senhor Carnaval, mostram o imaginário carnavalesco medieval e, para nossa sorte foram registrados, na célebre pintura de Pieter Bruegel - diz.
2º Setor - Carnavais de Inverno
Países que se manifestam abaixo de zero grau serão lembrados nesse setor. Várias cidades pelo mundo conseguem mobilizar seus moradores para a construção da festa carnavalesca mesmo no clima frio. Na Alemanha a festa começa tradicionalmente às onze horas e onze minutos Em Binche, um pequeno vilarejo da Bélgica, o Carnaval dura sete semanas.
Em Basileia, na Suíça, as pessoas saem às ruas estreitas durante o dia e em altas horas da noite para festejar o feriado. Transformar gelo e neve em motivo de diversão e de congraçamento entre as pessoas é característica marcante de povos que vivem em regiões glaciais. A cidade de Quebec, no Canadá, realiza, durante dezessete dias, atividades desportivas e artísticas, entre outros países e cidades.
Fechando o segundo setor, o 2º carro alegórico da agremiação representará o Carnaval de Nice. Luxuoso e requintado, a linguagem da riqueza francesa e ostentação dos anos de ouro estarão presentes nessa alegoria. A ala das baianas virá como uma complementação desse carro.
3º Setor - Carnavais Calientes
Muitos países latino-americanos fazem do período carnavalesco uma ocasião para mostrar e revitalizar sua cultura, usando coloração intensa, com apresentações de grupos folclóricos, bandas de música, trupes mambembes, concursos, bailes, danças típicas e desfiles de cortes que podem acontecer simultaneamente em várias partes do país, com muitas outras atrações diversas. Nesse setor estarão presentes os países com Carnavais calientes entre eles: Bolívia, Uruguai, México, Argentina, República Dominicana etc, tudo isso com muito merengue, salsa, samba e cor. Vestida de murga estará a bateria "40º de amor", assim como diz a letra do samba da agremiação.
- As murgas são compostas tradicionalmente por homens que se vestem com roupas inspiradas na Commedia Dell'arte, como o Pierrô, a Colombina e o Arlequim. Pintam o rosto com maquiagem circense e saem às ruas em coro tocando instrumentos de percussão - descreve Severo Luzardo.
4º Setor - Carnavais Crioulos
As raízes culturais do continente africano foram espalhadas pelo mundo quando o branco invasor levou os negros à força de sua terra natal - e com eles, a sua arte e seus costumes. Nova Orleans realiza a terça-feira gorda que é o maior carnaval dos EUA. Nas festas realizadas nos bairros em que predominam moradores negros há uma mistura de ritmos, como o jazz e o blues, e os integrantes se vestem ricamente como índios. Angola, Trindad Tobago, Colômbia e Tenerife também serão lembrados nesse setor que terá a presença da Velha Guarda. O quarto carro alegórico encerrará representando a Folia de Barranquila, que possui o Carnaval tombado como patrimônio nacional pela Unesco.
5º Setor - Carnavais Brasileiros
Nosso país é conhecido por ser um local cuja miscigenação inicialmente deu-se a partir da relação entre os colonizadores e o indígena nativo. A cultura folguedos afro-brasileiros se espalhou por todas as regiões, adaptando-se às características de cada localidade, sem contar com as influências das tradições trazidas pelos diversos imigrantes. O carnaval da Bahia, os clóvis, os cordões e ranchos, os blocos de rua, os Papangus, de Pernambuco e o frevo estarão no desfecho do desfile da escola que terá seu último carro representando as folias brasileiras. Esse carro foi decorado com 30 máscaras gigantes e 100 pequenas, todas criadas por artesãos de Pernambuco. O carnaval do Rio de Janeiro, o maior espetáculo da Terra, estará representando no conjunto do desfile da agremiação.
- Cada artista criou a sua própria máscara para retratar a folia brasileira. Dois artesãos de máscaras em papel machê renomados estiveram no barracão da escola durante dez dias montando a quinta alegoria e uma ala com 100 Papangus, chegará ao Rio em avião fretado no dia do desfile juntamente com a Miss Pernambuco, Luzielle Vasconcelos.
"Os festejos carnavalescos sofrem mutações e se ramificam, adaptando-se à cultura e às tradições de cada povo. No Carnaval tecemos fios de histórias, trançamos idiomas, costuramos memórias e construímos fantasias impregnadas de poesias e saberes populares - finaliza o carnavalesco Severo Luzardo Filho que completa que a pesquisa do enredo é assinada por Julio Cesar Faria.
Organograma do desfile
Comissão de frente - O combate entre o Senhor Carnaval e a Senhora Quaresma
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - Surpresa
Abre-Alas - Terra da Cocanha - O mundo em Carnaval
Ala das Baianas - Carnaval de Nice
2º Carro - Carnaval de Nice
Bateria - Murgas
3º Carro - Folia em Cádiz
Velha Guarda - Nova Orleans
4º Carro - Folia em Barranquila
5º Carro - Folias Brasileiras
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