domingo, 27 de fevereiro de 2011

Beija-Flor mostra samba na ponta da língua da comunidade

Foto: Ricardo Almeida/DivulgaçãoEm segundo ensaio técnico realizado na Marquês de Sapucaí, a Beija-Flor de Nilópolis mostrou que o samba-enredo que homenageia o cantor Roberto Carlos está na ponta da língua dos seus componentes. Mesmo com a inauguração sistema de som do Sambódromo para 2011, que além do volume extremamente alto, também deixou a desejar ao não apresentar nada da bateria, Neguinho da Beija-Flor revelou estar cada vez mais a vontade com o samba deste ano. Apesar disso, a evolução da escola ainda não foi o ponto alto, como anos anteriores, a escola ainda fica presa em alguns momentos.
A bateria dos mestres Plínio, Binho e Rodney, mostrou a qualidade habitual na afinação dos instrumentos e ousou, executando bossas com muita qualidade e que encaixam com a melodia do samba. Destaque também para os surdos de terceira que, mesmo sem um desenho rítmico tão ousado, cumpriram a missão de dar suingue à bateria. Ressalva apenas para a manutenção do andamento na volta das bossas. Foi possível perceber certa aceleração após o retorno da paradinha no início do refrão do meio por diversas vezes. Os jurados costumam não perdoar tal fato. Após a entrada da bateria no segundo recuo, a direção da ala pediu para que os ritmistas imprimissem um andamento mais acelerado ao samba. Mestre Rodney confirmou, dizendo que é uma estratégia de desfile:

- Isto é normal acontecer. Ali a gente pede para a bateria botar pra frente mesmo, mas sem perder a qualidade do ritmo da Beija-Flor. Isso fica bem perceptível quando cai para a segunda do samba.

Atrás da bateria, os problemas de evolução da Beija-Flor começaram a aparecer. Alas espaçadas e pequenos buracos entre elas faziam o frequentador mais assíduo dos ensaios técnicos se perguntar se era mesmo a Beija-Flor que estava na pista. Destaque negativo para a ala Tom e Jerry, que, além de apresentar componentes que cantavam pouco o samba e muitos buracos em sua evolução, teve alguns de seus integrantes abandonando o ensaio ainda no setor 11, em frente ao último módulo de julgadores. Muitos deles ficaram encostados na grade da Passarela e outros voltavam pelo meio da escola, atrapalhando o desenvolvimento do treino nilopolitano.

No esquenta, Neguinho da Beija-Flor levantou o público dos setores 1 e 3 com a popular ‘Mulher’, canção de sua autoria, lançada em 2010. ‘Deusa da Passarela’, tradicional esquenta da escola, também foi entoado, assim como um samba em homenagem ao patrono da Beija-Flor, Anísio Abraão David.

Desta vez sem a presença do coreógrafo Carlinhos de Jesus, a comissão de frente mostrou movimentos indecisos em alguns momentos e não conseguiu passar segurança a quem assistia a performance. A comissão virá com 15 integrantes: sete mulheres, sete homens, e um menino (foto), que possivelmente representará Roberto Carlos ainda criança. Toda a coreografia gira em torno dele. Talvez algum grande trunfo esteja guardado para o dia do desfile, algo que complete a coreografia feita pelos integrantes. Na apresentação em frente ao primeiro módulo de jurados, o garoto escorreu e caiu, fato que no dia oficial do desfile atrapalharia a pontuação da Beija-Flor.

Logo após a comissão de frente, o bailado do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, mais uma vez, encantou a todos que foram assistir ao treino da Beija-Flor. Impressiona o entrosamento da dupla, que este ano completa vinte carnavais dançando juntos. Não é a toa que foram o único casal a tirar nota dez em todos os jurados no último carnaval. Se repetirem no dia do desfile oficial o rendimento da noite deste sábado, estarão bem próximos de abocanhar a pontuação máxima mais uma vez.

Vale lembrar que a comissão de frente, a exemplo do que já havia ocorrido no primeiro ensaio no Sambódromo, serviu de guardiã para a evolução de Claudinho e Selminha, algo que deverá render um impacto positivo no desfile oficial. Com relação ao canto da Deusa da Passarela, as alas do segundo setor, os componentes passaram pela Sapucaí fazendo jus ao apelido de Rolo Compressor da escola.

Da metade para o final do desfile, os problemas de espaçamento entre as alas e buracos dentro delas continuaram. No setores finais da azul e branco, a única a passar pelos dois últimos módulos de julgadores sem esse problema foi a ala Pura Raça, que com um canto forte e organização na ocupação de espaço salvou o final do ensaio da Beija-Flor.

A Beija-Flor de Nilópolis será a última escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.

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